sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Avançar nos direitos para toda a Juventude. É isso que queremos


Por Jefferson Lima

No Brasil, a juventude vive um contexto de bônus demográfico, ou seja, a população jovem economicamente ativa é maior que a dependente, o que nos possibilita uma oportunidade histórica de ampliar a luta por direitos e colocar a juventude como protagonista na formulação das políticas públicas.

Chegamos à II Conferência Nacional de Juventude como a principal força partidária, propulsora da construção das etapas municipais e estaduais que debateu e estimulou a ampliação e fortalecimento dos órgãos de execução, promoção e articulação de Políticas Públicas de Juventude, como assessorias, coordenadorias, superintendências, entre outros, além da criação e renovação dos Conselhos de Juventude.

O constante diálogo e a sintonia com os movimentos sociais foram fundamentais para transformar bandeiras em propostas concretas, que asseguram o fortalecimento e o avanço das políticas públicas de juventude.

No 2º dia da Conferência realizamos uma grande plenária da JPT onde tivemos a presença de mais de 13 segmentos e movimentos sociais, entre eles juventude negra, juventude do campo, LGBT, jovens sindicalistas, jovens mulheres, pastoral da juventude, povos e comunidades tradicionais, entre outros, onde, não só, ampliamos e aproximamos nossas pautas, mas também pudemos construir um projeto de esquerda e popular com a juventude que está organizada em outros espaços, seja um partido político ou não, respeitando as especificidades regionais, as características políticas locais e suas particularidades, sempre visando o beneficio da juventude brasileira.

Apresentamos e conseguimos aprovação das nossas principais propostas durante a II Conferência Nacional de Juventude, como a descriminalização e legalização do aborto, ampliação do acesso a cultura, fortalecimento dos conselhos de juventude e dos órgãos gestores de juventude, valorização e ampliação da agricultura familiar, ampliação do investimento na educação (10% do PIB), redução da jornada de trabalho, democratização da comunicação e de seus meios, acesso à moradia digna, fortalecimento do SUS, além do direito à meia-entrada para a juventude, aprovação do Estatuto da Juventude (PL 4529/04) e do Sistema Nacional de Juventude.

O sucesso da II Conferencia Nacional de Juventude é reflexo da participação da juventude organizada nos mais diversos segmentos. Foram realizadas etapas preparatórias virtual, territorial, livres, regionais, estaduais e municipais, tivemos mais de 1.500 municípios, 27 estados e o DF realizando suas etapas. Milhares de jovens envolvidos, mais de 2200 jovens participando da etapa nacional, dos quais 1350 eram delegados eleitos em seus estados e conselhos.

A aprovação dos marcos legal, e o avanço das politicas publicas para a juventude é extremamente fundamental para a consolidação de um país mais justo.

Os jovens petistas apresentaram demandas e apontaram que as políticas públicas para a juventude, devem ser pautas prioritárias para esse periodo e demonstraram que os jovens não são somente o futuro desse país, dessa nação, e sim o presente.

Jefferson Lima é secretário nacional de Juventude do PT

PT na TV: Filie-se ao PT

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fala tu!!! Nelson Mandela!!!

"A força do racismo está na forma como ele é aprendido. Ninguém nasce racista. A família, a sociedade, a escola é que produzem seres racistas, ensinam as práticas racistas."

Documentário: 2º Congresso Nacional da Juventude do PT

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Fala tu!!! Alan Borges


"A Juventude não pode ser criminalizada por gostar de funk."

Alan Borges é Superintendente do Juventude do Estado do Rio e militante da JPT

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Fala tu!!! Hugo Vilela


"Depende do partido. O meu por exemplo, tem base social e faz essa discussão na base. Concordo com a deputada em termos. Como diria frei Betto: "Fazer política é igual a fazer feijão: tem que por na panela de pressão"!!! E assim foi com as gr...andes transformações democráticas no Brasil. Pra dar um exemplo o projeto de Lei da Ficha Limpa começou a partir de colhete de assinaturas, que atingiu a quantidade solicitada para entrar na pauta do Congresso. Penso que os partidos que tem comprometimento com a mudança da estrutura física jornalística do país devam realizar debates na base, mobilizando a população para poder se apropriar de um novo modelo de marco regulatório das comunicações. O que não pode continuar é a manutenção de mais de 80% da mídia na mão de 6, 7 ou 8 famílias. #Democratizarainformaçãojá!!!"

Fiz um contraponto sobre o comentário da respeitada deputada federal Luiza Erundina, PSB-SP (ex prefeita de São Paulo pelo PT) sobre a falta de interesse dos partidos para a criação de um novo marco regulatório da mídia.

As juventudes querem disputar os rumos do Brasil



Gabriel Medina*


Aconteceu em Brasília, entre os dias 9 e 12 de Dezembro, a 2ª Conferência Nacional de Juventude.

Com 1350 delegados/as eleitos/as e mais de 2.200 participantes, a Conferência foi um marco para a juventude brasileira e para o país.

Nesta segunda edição a marca da diversidade foi ainda mais forte. Jovens de todos os cantos do país, de diferentes origens sociais, negros, mulheres, LGBTs, deficientes, indígenas além de comunidades e povos tradicionais mais uma vez reafirmaram que a juventude é sinônimo de diversidade e que novos sujeitos políticos aparecem no espaço público, fruto das políticas públicas de transferência de renda e inclusão social iniciadas no Governo Lula.

A Conferência foi marcada por forte protagonismo dos movimentos, redes, fóruns de juventude, jovens trabalhadores, estudantes, rurais, vinculados a movimentos religiosos, partidários que demonstraram amadurecimento na perspectiva de construir pactuações, acordos e sínteses que pudessem avançar na conquista de direitos e na disputa do projeto de desenvolvimento.

O Conjuve foi um ator político fundamental, assegurou que durante todo o processo a sociedade civil tivesse um papel ativo na condução dos trabalhos e constitui-se como um espaço plural e democrático para que as distintas formas de organização e atuação juvenis se expressassem.

O resultado disso foi um programa propositivo, que superou o levantar de bandeiras e buscou aprofundar a formulação de políticas, diretrizes e ações que tenham condições de ser executadas pelo Estado brasileiro. A Conferência foi um encontro dos anseios, demandas com as possibilidades concretas de execução.

A disputa de um outro tipo de desenvolvimento

As juventudes foram além de demandas específicas, apresentaram reivindicações amplas, relacionadas a profundas transformações que o Brasil precisa passar como o caso da ampliação dos investimentos da educação para 10%, a aprovação do PNE, a democratização da comunicação, a redução da jornada de trabalho e entre elas, uma que merece destaque: a necessidade de uma profunda reforma política que contribua para a democratização do estado brasileiro com maior participação dos/as jovens nos espaços de poder e para construção de uma nova cultura política, ética e comprometida com a justiça e a solidariedade.

Os/as jovens se apresentaram otimistas com o país, mas não deixaram de questionar os limites do projeto desenvolvimentista em curso, propondo a necessidade de construir um novo projeto de desenvolvimento, com distribuição de renda, combate aos preconceitos e sustentabilidade ambiental. Ou seja, conectados com os anseios de mudança no mundo, os/as jovens do Brasil não querem apenas ser mão de obra barata para o desenvolvimento nacional, reivindicam a ampliação e a afirmação de novos direitos e, sobretudo a desmercantilização da vida social.

Um novo ciclo de PPJ´s para promoção da autonomia e emancipação juvenil

As propostas aprovadas caminharam também na direção de políticas específicas que alterem profundamente concepções que predominaram no Estado de ora enxergar esta fase da vida como um problema, ora como mera transição para a vida adulta. Os/as jovens querem ser sujeitos de direitos e reivindicam políticas públicas que promovam o trabalho decente, a ampliação da escolaridade com qualidade, o oferecimento de internet veloz, gratuita e de qualidade, o direito a mobilidade urbana e rural por meio do passe livre, o acesso à cultura e ao esporte, ou seja, o direito de construir suas trajetórias com dignidade sem a dependência e imposição do mercado.

A Conferência apontou para a necessidade de construção de um novo ciclo de políticas públicas que superem a ótica da focalização e inclusão social e constituam um conjunto de políticas específicas articuladas com políticas estruturantes. Este novo ciclo deve caminhar na ótica da afirmação dos novos direitos, na articulação das ações fragmentadas no âmbito territorial que tenham como norte a promoção da autonomia e emancipação com a formação de novos valores, pautados na solidariedade, no respeito à diferença e na refundação da dimensão da vivência do espaço público.

Para tanto, os Marcos Legais tem centralidade. Foi unânime a necessidade de aprovarmos rapidamente o Estatuto da Juventude, afirmar quais são os direitos específicos e constituir o Sistema Nacional de Juventude que combine a constituição de um fundo público de financiamento das políticas, criação/fortalecimento de órgãos de gestão e conselhos de juventude que garantirão a participação social articulados com um Pacto Federativo capaz de definir competências e responsabilidades da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Será necessário que o Congresso Nacional avance na tramitação e revisão do Plano Nacional de Juventude, conjunto de políticas, ações que devem ter metas e prazos de execução para os próximos 10 anos.

Caberá ao Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Juventude coordenar e executar uma política de juventude efetiva, transversal, intersetorial que seja decisiva na construção de um novo patamar civilizatório desta nova geração. As Conferências não tem caráter deliberativo, portanto aumenta a responsabilidade dos movimentos juvenis e sociais no papel de pressionar tanto nas redes sociais, quanto nas ruas os poderes públicos a tornar as resoluções em política de Estado.

*Gabriel Medina é Presidente do CONJUVE.

Campanha Nacional de Filiação PT

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Daniel Gaspar toma posse na JPT-RJ


Por Rodrigo Mathias *

O novo secretário estadual da juventude do PT do Rio de Janeiro, Daniel Gaspar, tomou posse ontem (2) na sede do partido, no Centro. Falando para uma platéia de cerca de 60 pessoas, Daniel enumerou os desafios da próxima gestão e destacou a necessidade da JPT-RJ estreitar laços com os movimentos sociais para disputar os valores da juventude fluminense.

Ex-diretos da UNE, Daniel foi eleito por consenso no último congresso estadual, após os outros postulantes ao cargo retirarem suas candidaturas para apoiá-lo. Para ele, a unidade conseguida no encontro deve ser perseguida durante toda a gestão, pra que a JPT tenha mais força e influência nos espaços de discussão da juventude:

“Espero que a atuação que tivemos na última Conferência Estadual de Juventude seja um exemplo do modo de atuação da juventude do PT daqui para frente. A unidade da JPT foi essencial para conseguirmos influenciar as resoluções políticas e as prioridades tiradas no encontro. Quero que essa gestão seja marcada por uma atuação conjunta de todas as forças políticas do partido na construção de uma agenda comum de diálogo com os jovens do nosso estado”, disse.
Eleições 2012

Um dos primeiros desafios da próxima gestão será a construção de candidaturas fortes de juventude para as eleições municipais do ano que vem. No último pleito, o PT elegeu apenas cinco vereadores jovens em todo o estado.O atual secretário de Assistência Social do município de Queimados, Elton Teixeira, um dos cinco jovens petistas eleitos em 2008, defendeu em sua fala que a JPT-RJ precisa ter como meta a superação desse número para que a juventude petista tenha maior influência na condução da política municipal.

Para superar esse desafio, Joanna Paroli, candidata da tese Avante! à Secretaria Nacional da JPT e futura Secretária Adjunta nacional, defendeu a desburocratização da JPT e propôs como desafio a construção de um funcionamento mais orgânico das secretarias municipais de juventude do partido, para que a JPT ganhe capilaridade nos estados. Segundo ela, o fortalecimento dos fóruns de secretários estaduais e municipais da JPT é essencial para alcançar esse objetivo.

Representando o presidente do partido, o secretário de Assuntos Institucionais do PT, João Mauricio Freitas, afirmou que a experiência de Daniel Gaspar no movimento estudantil pode fazer a diferença no desafio de reaproximar a juventude petista dos movimentos sociais:

“Viajando pelo estado durante a campanha da companheira Dilma percebi que havia pouquíssimos representantes de grêmios estudantis e CAs nos eventos. Situação bem diferente da campanha do Lula de 2002. Durante esse tempo o PT perdeu a capacidade de organizar a juventude, mas esse quadro pode ser mudado. Os jovens estão querendo participar da vida política do país, cabe a nós reencantá-los para as nossas propostas”, defendeu.

A demonstração dessa vontade da nova direção da JPT de estreitar laços com o movimento estudantil foi a participação de dois representantes da UEE-RJ entre aqueles que discursaram no evento. O presidente da entidade Igor Mayworm, militante da UJS, conclamou a JPT a unir forças com as outras juventudes partidárias para tirar os jovens do Rio de Janeiro do atual estado de passividade em relação à política. Já a petista Barbara Eliodora, secretária de Mulheres da UEE, chamou a atenção para a necessidade de investir na formação política dos jovens do partido.

Participaram do evento ainda o superintendente de Juventude do Estado do Rio, Allan Borges, o coordenador de Juventude do município do Rio de Janeiro, Igor Bruno, o presidente da Juventude do PMDB, Marco Antonio Cabral, o secretário de Cultura do PT-RJ, Álvaro Maciel, a secretária estadual de Mulheres do PT, Cristina Dorigo e a candidata da tese Fora da Ordem à Secretaria Nacional da JPT no último congresso, Tássia Rabelo.

* Rodrigo Mathias é jornalista.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A Juventude do PT na 2ª Conferência Nacional de Juventude: ampliar direitos para a juventude


Por Joanna Paroli*

A JPT está à frente dos grandes movimentos sociais e populares da juventude brasileira. É uma juventude que milita nas áreas rurais do país, nos sindicatos, grêmios estudantis e nas universidades, nos movimentos por cultura livre, pela livre orientação sexual. É uma juventude militante do feminismo e do antirracismo, anticapitalista e anti-imperialista. Ela é tudo isso porque é a juventude petista, ou seja, de um partido militante. A 2ª Conferência Nacional de Juventude será uma oportunidade histórica de reunir a militância petista e sua própria plataforma de lutas numa mesma agenda.

O ano de 2011 tem sido especial para as lutas juvenis. Em todo o mundo, a juventude se concentra no enfrentamento ao capitalismo e às respostas neoliberais à crise econômica e civilizatória. No Brasil, é também com muita mobilização e política que impulsionamos diversas agendas que dialogam com a construção de um novo mundo, concatenada à dimensão de mais oportunidades e direitos à juventude. Exemplo dessas agendas são os Congressos da UNE e UBES, o II Festival das Juventudes de Fortaleza e a 2ª Conferência Nacional de Juventude. Sob a temática “Juventude, Desenvolvimento e Efetivação de Direitos”, a etapa nacional da Conferência, que deve contar com a presença de mais de dois mil jovens, será um espaço privilegiado para a disputa de ideias e valores do conjunto das juventudes.

Foi nesse cenário que se inscreveu o 2º Congresso da Juventude do PT. Num processo que mobilizou mais de dez mil jovens petistas de todo o país, discutimos diretrizes para um novo patamar organizativo, conformamos uma plataforma política que alia estratégia de desenvolvimento e os anseios da juventude e atualizamos nossos desafios e táticas. Um bom exemplo dessa atualização programática foi a inserção do conceito de revolução democrática em nossa matriz programática. Também afinamos quais as tarefas prioritárias dessa nova geração militante da JPT, que deve: disputar a juventude brasileira com referências socialistas; protagonizar o setor de vanguarda no PT e na sociedade (através da luta pela legalização do aborto e de direito às liberdades individuais); articular ampla frente de luta pela superação plena do neoliberalismo, em conjunto com as juventudes partidárias de esquerda, mediando ações institucionais e a intervenção nos movimentos sociais.

Na 2ª Conferência de Políticas Públicas para a Juventude, que ocorre nesta semana em Brasília, precisamos aprimorar o debate dos direitos para a juventude. Para além de articular eixos centrais e de caráter mais universalizante, como o acesso à educação pública e de qualidade, a promoção de trabalho decente, a reforma política, a democratização da comunicação, a segurança pública e o fortalecimento do SUS, é imprescindível pensar mais agendas que garantam ao jovem viver plenamente sua juventude.

O direito à participação, ao território, à terra, à mobilidade e acesso aos bens culturais/lazer (tendo o passe livre como expressão importante desta pauta), à diversidade, ao desenvolvimento integral, à experimentação e à vida saudável, são políticas fundamentais que devem ser efetivadas. Além disso, o estado deve assegurar à juventude o direito a uma vida segura, que tem a ver com novas abordagens na política de drogas e segurança, dando respostas a uma das principais bandeiras dos movimentos juvenis, a do fim do extermínio da juventude negra. Por fim, queremos um modelo de desenvolvimento que se contraponha às diversas formas de opressão de mulheres e homens, como o racismo, o machismo e a homofobia. Portanto, permanece o desafio de construir caminhos para um mundo com igualdade.

Uma pauta importante deve dar o tom da Conferência, a agenda pelos Marcos Legais da Juventude. Precisamos continuar mobilizados em torno da aprovação do Estatuto da Juventude, com as emendas pensadas no espaço da Conferência e incluídas no Senado, e do Plano Nacional de Juventude. Além disso, é necessário aprofundar o debate sobre o controle social, enraizando a política dos conselhos e as experiências de gestão das PPJ’s. Por último, regulamentar o Sistema Nacional de Juventude, instituindo um fundo público articulado a um pacto federativo, com atribuição aos municípios, estados e União.

Esse novo momento político que se configura pós-Congresso da JPT, e que dialoga com o contexto de realização da 2ª Conferência, deve apontar o fortalecimento da relação da juventude petista com os movimentos sociais. Isso significa dizer que precisamos estabelecer laços de mais solidariedade e intervenção cotidiana nos movimentos sindical, estudantil, nas pastorais sociais, nos movimentos de cultura, das mulheres, LGBTs e da juventude negra.

Precisamos extrair desta Conferência uma plataforma comum dos movimentos e das juventudes partidárias de esquerda, que nos organize para as lutas do próximo período. Sobretudo, a principal ação da JPT nesta Conferência é garantir mais direitos para a juventude brasileira, disputando seus valores a partir da construção de uma cultura coletiva, em contraponto ao consumismo, ao individualismo e à mercantilização da vida.

*Joanna Paroli é militante da Marcha Mundial de Mulheres e eleita para a próxima Direção Nacional da JPT

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Plenária do Mandato Robson Leite



Na próxima quinta-feira (8/12), será realizada uma grande plenária de fim de ano do Mandato Participativo Robson Leite. Durante o evento, vamos apresentar um resumo das atividades do mandato ao longo do ano, nas mais diversas áreas, e ouvir a opinião e as sugestões de todas e todos aqueles que estiverem presentes no ato.

Entre os confirmados estão o senador Lindbergh Farias, deputados federais e estaduais do Partido dos Trabalhadores e diversas lideranças sindicais e religiosas.

Para nós, a participação da sociedade no dia-a-dia do mandato é extremamente importante. Acreditamos que a boa política é construída coletivamente, essencialmente, da troca e do diálogo entre a população e seus representantes, em prol do bem comum. Por isso fazemos questão de realizar eventos como este.

Não perca essa oportunidade de fazer sua voz ser ouvida. A plenária acontecerá entre 17h e 21h, na sede do Sindipetro (Av. Passos, 34, Centro).

A UEB E A LUTA DO POVO NEGRO

Por Laísa Nascimento*

A União dos Estudantes da Bahia, tem se mostrado nesse último período a sua grande representatividade no cenário estudantil, e nos embates políticos que estão sendo travados, principalmente no que tange a população negra. Hoje, temos uma UEB mais negra, mais feminina, que entende o quão é importante trazer o debate racial para o centro das lutas estudantis. Prova disso, tem sido a a forte presença, na construção do Encontro de Negras, Negros e Cotistas da UNE, participando de forma constante, e mostrando política de fato para a população afrodescendentes. O debate sobre política de ações afirmativas nas universidades, é prova viva de que a UEB, juntamente com a União Nacional do Estudantes (UNE) compreeende que a democratização do acesso as instituições de ensino superior deve ser feita de forma que possam ser pensadas políticas de permanência para os negros que adentram nas universidades. É preciso enegrecer a universidade, fazendo com que aqueles e aquelas que sempre foram excluídos desse processo, tenham o direito de entrar na universidade, de forma qualitativa.

Considerado como o ano dos afrodescendentes, 2011 chega ao seu fim com questionamentos e propostas a serem feitas para o avanço da população negra no cenário nacional.O mês de Novembro, já conhecido como o mês negro, se torna de suma importância para as discussões sobre os afrodescendentes e os rumos que a sociedade deve seguir no combate ao racismo.

Historicamente, os diversos coletivos de negras e negros se debruçam nessa luta que atravessa séculos, buscando emancipação e garantia de direitos dos negros que são excluídos dos mais diversos espaços, desde a escravidão recorrente aos dias de hoje. Porém, vale ressaltar que essa luta perpassa os caminhos já conhecido, e no último período, já se percebe que a discussão de políticas para a população negra se coloca nos mais diversos espaços e tem ganhado importância a nível mundial. Mesmo assim, é fundamental avançar mais rapidamente. A população negra ainda precisa de muitas políticas de reparação.

O ano de 2011 trouxe marcos significativos como o grande evento AFRO XXI. Eventos como estes nos colocam os desafios de temos que lutarmos mais para garantir a emancipação e o pleno direito da população negra na Bahia e no Brasil. Assim, a União dos Estudantes da Bahia, encara que ainda existem metas a serem cumpridas e que nós, podemos colaborar por uma sociedade sem racismo, onde os negros terão espaços na sociedade. Por isso propomos:

- Incorporação nas lutas do Movimento Negro – Ampla articulação com setores negros do movimento social.
- Construção de Encontros Estaduais para negras e negros – Grande evento Estadual de combate ao racismo da UEB
- Campanha contra o genocídio da juventude negra – Incorporação às lutas contra o extermínio de nossa juventude
- Realização de debates sobre as políticas de ações afirmativas em todos os eventos da UEB.


* Laísa Nascimento é Estudante de Serviço Social - UFBa, militante do Coletivo Nacional Enegrecer, e Diretora de Mulheres da União dos Estudantes da Bahia.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Fala tu!!! Estatuto do PT

"O Partido dos Trabalhadores (PT) é uma associação voluntária de cidadãs e cidadãos que se propõem a lutar por democracia, pluralidade, solidariedade, transformações políticas, sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais, destinadas a eliminar a exploração, a dominação, a opressão, a desigualdade, a injustiça e a miséria, com o objetivo de construir o socialismo democrático."
Artigo 1º do Estatuto do PT

Posse da Secretaria Estadual da JPT

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Martinho da Vila - Kizomba, festa da raça

20 de Novembro, resistência e combate ao racismo!

Cristian Ribas*

Comemoramos o dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência da Negra do Brasil, a história de resistência do povo negro, homenageando a luta de Zumbi, grande líder do Quilombo dos Palmares. Avaliamos os avanços, as conquistados e os grandes desafios ainda a serem superados, reafirmando o compromisso com o combate ao racismo e as opressões historicamente vivenciadas.

O ano de 2011 foi definido pelo Comissariado das Nações Unidas como o Ano Internacional dedicado às populações afrodescendentes. Marcado pelo Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes, o mês de novembro reuniu chefes de estados e representantes de países da América Latina, Caribe e África reuniram-se em Salvador, instituída como Capital Afrodescendente da Ibero-América. O Encontro afirma a busca pelo fortalecimento e ampliação de politicas publicas para ações de reparação aos afrodescendentes na América Latina e o Caribe.

A promoção da igualdade racial no Brasil é o único caminho para a garantia dos direitos fundamentais e eqüidade social. A dimensão da discriminação étnico-racial, responsável pelo afastamento de negros e negras às oportunidades de desenvolvimento humano, compreendendo a combate ao racismo como um postura politica de enfrentamento a discriminação e busca de um reposicionamento da população negra na hierarquia social.

A União Nacional dos Estudantes, enfatiza o papel central da educação no processo de desenvolvimento social, pautando o fortalecimento da universidade como espaço social de transformação. A UNE luta por uma educação anti-racista, que compreenda a pluralidade cultura e por isso defende as politicas de Ações Afirmativas como ferramenta de garantir a igualdade de oportunidade e efetivação de direitos. Defendemos a mudança de estruturas sociais, politicas/econômicas e educacionais, que ainda refletem um processo histórico de escravidão, exploração e exclusão da população negra.

Avançamos muito nos últimos anos no campo da educação, em virtude das politicas educacionais que vêm democratizando e ampliando o acesso ao ensino superior, e principalmente pela expansão das ações afirmativas de entrada à universidade. A cenário educacional ainda esta distante do que desejamos, contudo nunca tivemos tantos negros e negras no ensino superior. Uma mudança se apresenta no decorrer da ultima década e que cobrar ainda mais a ampliação e a melhoria das politicas de permanência e pós-permanência, ainda bastante insuficientes.

O processo de descolonização do conhecimento, a produção de uma cultura emancipatória, educação conectada ao processo social antiracista, são redefinições de um projeto politico que compreende a todos. Buscando grades curriculares dos cursos integradas ao resgate da contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à história do Brasil, viabilizando a aplicação da Lei 10.639 que estabelece a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileiro no ensino fundamental e médio.

A liberdade conquistada após a abolição da escravidão é profundamente relativa. O povo negro ainda convive com a violência e discriminação material e cultural, sofrendo permanentemente com a intolerância contra comunidades religiosas africanas e o referencial eurocêntrico racista que negativiza a negritude.

O fenômeno social que se caracteriza pela violência e o genocídio da juventude negra, cresce na contra mão dos avanços conquistados pela juventude negra. Crimes que roubam da juventude a dignidade e o direito à vida, interrompendo caminhos que progressivamente são buscados. Hoje as mortes de jovens negros é proporcionalmente mais que o dobro a de jovens não-negros.

As marcas de resistência há um projeto de desenvolvimento estruturado no racismo, significa nossa africanidade, nos conscientiza e organiza nossa luta por uma sociedade democrática, justa e racial e socialmente igualitária.

ZUMBI VIVE!

*Cristian Ribas é Diretor de Combate ao Racismo da UNE, e militante do Coletivo ENEGRECER.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

II Congresso da JPT: vitória da revolução democrática e de uma nova geração política



Já passava da meia noite de terça para quarta quando foi anunciado o resultado final do II Congresso da Juventude do PT, que ocorreu em Brasília, entre os dias 12 e 15 de novembro. O evento marcou o início da construção de uma nova direção para a juventude petista, com a hegemonia da chapa “Uma nova geração para construir a revolução democrática brasileira”. O novo Secretário Nacional será o companheiro Jefferson Lima, da CNB. A nova secretária adjunta será a companheira Joanna Paroli, da tese Avante e militante da Democracia Socialista.

Com resoluções à esquerda do debate partidário e com a perspectiva de enraizamento na juventude brasileira, o congresso deve ser visto pelas suas virtudes e, ao mesmo tempo, como uma experiência que precisa avançar na sua democracia.

Assista aqui a gravação da defesa da tese Avante, feita pela companheira Joanna Paroli

Balanço inicial

A aliança entre a tese Avante e a Construindo Um Novo Brasil foi essencial para aprovar uma resolução política e organizativa mais avançada para a JPT.

A maior vitória ficou por conta da inserção do conceito de revolução democrática ao documento, o que demonstra uma atualização programática mais à esquerda da juventude do partido. Com essa resolução, garantimos a concepção segundo a qual é necessário um partido militante, democrático e socialista para avançar a revolução democrática brasileira. Mesmo que algumas chapas tenham votado contra essa resolução, ela foi aprovada pela amplíssima maioria dos delegados e delegadas do II Congresso.

Quanto à política de alianças do PT para as próximas eleições, foi aprovada uma resolução mais avançada que a do 4o Congresso, priorizando alianças com os partidos do campo democrático e popular. No 4o Congresso a resolução falava apenas da proibição de alianças com PSDB, DEM e PPS.

Outra importante vitória foi a rejeição a uma emenda do Trabalho que propunha que a JPT deixasse de lado o debate sobre a legalização das drogas, em especial da maconha. A aprovação dessa moção certamente afastaria a Juventude do PT do debate progressista sobre o tema.

Essas resoluções aprovadas certamente nos dão maior capacidade de construir uma JPT para fora do partido, capaz de disputar aos valores da juventude brasileira e reencantar os jovens com a política. O nome da chapa vitoriosa, composta pelas teses Avante e Construindo um Novo Brasil, expressou esse sentimento hegemônico: Uma Nova Geração para Construir a Revolução Democrática Brasileira.

Mensagem ao Partido

A falta de unidade entre as diferentes correntes da Mensagem começou a ser verificada nas etapas estaduais do Congresso. Não se aliaram na maioria dos congressos estaduais e tinham enfoques distintos sobre o papel do 2° Congresso.

Desde o início do processo o MAIS privilegiou a relação com a Inaugurar e buscou uma aliança com o Trabalho. A Avante sempre privilegiou a unidade da Mensagem antes de dialogar com outras forças, mas a movimentação do MAIS inviabilizou isso.

No Rio de Janeiro, por exemplo, a Avante venceu o congresso mas sofreu oposição dos companheiros do MAIS, que apoiaram a CNB. No Rio Grande do Sul esse grupo obteve delegados nas duas chapas que polarizaram a eleição (Avante e JCNB).

Do ponto de vista programático, é necessário ressaltar que a emenda ao texto de conjuntura que falava sobre a revolução democrática, apesar de aprovada pela maioria do congresso, recebeu voto contrário dos delegados do Mais.

A votação mais “polarizada” do congresso nacional expressou bem o frágil acordo político entre as teses que “denunciaram” a chapa formada entre a Avante e a JCNB. Apesar de MAIS e Fora da Ordem, em vários estados, indicarem secretários adjuntos por composição política (como em MG e RJ), apresentaram, junto com a AE, a Inaugurar e a Militância Socialista, uma proposta incompreensível de “regulamentação da secretaria adjunta” que tornava obrigatória a indicação do segundo candidato mais votado para o cargo. Pautaram-se pela reação à aliança composta pela Avante e JCNB, esquecendo o debate de fundo do congresso, e protagonizaram cenas de impressionante agressividade e desrespeito, incompatíveis com a cultura solidária do socialismo.

A Articulação de Esquerda, que em vários estados priorizou a relação com a JCNB, apresentou-se aliada à Militância Socialista na etapa nacional. A chapa Fora da Ordem reuniu Movimento PT, PTLM, Tribo e Novos Rumos.

A aliança entra a tese Avante e a CNB, no Congresso Nacional foi essencial para a formação de uma chapa que garantisse a ampla maioria (411 votos contra 241 conseguidos pelas outras chapas juntas) para a aprovação de um programa mais à esquerda e compatível com o novo momento do PT, após os avanços do 4o Congresso. Essa ampla votação ainda garantiu o direito da chapa nomear os ocupantes da Secretaria Nacional e da Secretaria Adjunta da JPT.

A Participação da DS

A juventude da DS organizou-se, assim como em 2008, em um movimento mais amplo representado pela tese Avante e pela candidatura de Joanna Paroli à Secretaria Nacional da JPT. Esse movimento, representado em 17 estados, apresentou uma plataforma de radicalização da revolução democrática, defendendo a necessidade de organizar uma juventude militante e de massas, antenada com o novo patamar de demanda social da juventude brasileira. Uma juventude que tenha um diálogo solidário e colaborativo com os movimentos sociais, impulsionando uma plataforma socialista, feminista, anti-racista e pela livre orientação sexual.

Durante esse processo verificou-se um crescimento da Avante em relação ao último congresso. O movimento reuniu a maior delegação da Mensagem ao Partido e ganhou maior enraizamento nacional, capacidade de mobilização e protagonismo, culminando com a eleição de três secretarias estaduais (RS, RJ e PI), além da escolha da companheira Joanna para a Secretaria Adjunta e do companheiro Gabriel Magno para a Secretaria Nacional de Formação Política da JPT.

sábado, 12 de novembro de 2011

JPT discute o futuro do Brasil e elege nova direção


Ufa companheirada!!!
Pensei que não fossemos saber a programação do #2CONJPT!!!
Tá aew pra quem vai pra Brasília!!!

Dia 12/11 - Sábado

Dia todo - Recepção das delegações
9h às 19h – Credenciamento delegados
10h às 17h – Espaço para reuniões de teses e plenárias auto-organizadas
19h – Abertura: Hino Nacional e A Internacional Socialista
Mesa:

- Rui Falcão (Presidente Nacional do PT)
- Valdemir Pascoal (Secretário Nacional de Juventude do PT)
- Representantes da JPMDB, UJS, JPPL, JSB, JSPDT
- Clarissa Cunha (Vice-Presidenta da UNE)
- Severine Macedo (Secretária Nacional de Juventude)
- Gabriel Medina (Presidente do Conjuve)
- Carlos Odas (ex-secretário nacional da JPT)
- Rodrigo Abel (ex-secretário nacional da JPT)
- Humberto de Jesus (ex-secretário nacionalda JPT)
Rafael Barbosa “Pops” (ex-secretário nacional da JPT)
- Agnelo Queiroz – Governador do Distrito Federal
- Fernando Neto – Secretário de Juventude do Governo do Distrito Federal
Outros convidados: Executiva Nacional do PT

Dia 13/11 - Domingo

9h às 19h – Credenciamento delegados
10h – Painel “O novo patamar da JPT”
Mesa:

- Zé Dirceu (Ex-ministro da Casa Civil)
- Carlos Henrique Árabe (Economista e membro da CEN)
- Valdemir Pascoal (Secretário Nacional de Juventude do PT)
- Carlos Odas (Representante dos ex-secretários nacionais da JPT)
- Rafael Pops (Representante dos ex-secretários nacionais da JPT)

14h30–Painel “O desenvolvimento que a juventude quer para o Brasil”
Mesa:

- Alexandre Padilha (Ministro da Saúde e ex-Ministro das Relações Institucionais)
- Esther Bemerguy (Secretária-Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social-CDES)
- Iole Ilíada (Secretária de Relações Internacionais do PT)

16h - Espaço para organização das teses e outras plenárias livres
19h - Debate “O destino das PPJs é o presente”
Mesa:

- Severine Macedo (Secretária Nacional de Juventude)
- Gabriel Medina (Presidente do Conjuve)
- Allan Borges (Superintendente de Políticas Públicas de Juventude do Rio de Janeiro)
- Afonso Tiago (Coordenador de Juventude da Prefeitura de Fortaleza)

22h - Atividade Cultural
Show com Posto 9

Dia 14/11 – Segunda-feira

9h às 12h – Credenciamento delegados
12h às 19h – Credenciamento suplentes
10h – Espaço para livre organização e espaço para as teses.
14h - Debate “Os movimentos e as mobilizações da juventude brasileira”
Mesa:

- Selma Rocha (Fundação Perseu Abramo)
- Juventude da CUT
- Gabriel Landi (Coordenador do GT de Reforma Política da UNE)
- Nalu Faria (Marcha Mundial das Mulheres)
- Reginaldo Lopes (Deputado Federal ex-Presidente da Frente Parlamentar de Juventude da Câmara dos Deputados)
- Representante da JN13
- Representante da Juventude LGBT do PT

15:30h – Grupos de Discussão
17h - Concepção e funcionamento da JPT
Mesa:

- Representantes das teses

18h – Grupos de Discussão
22h - Atividade Cultural
Show com a banda Caco de Cuia

Dia 15/11 – Terça-feira

9h - Aprovação das resoluções do II ConJPT (regimento e programa político)
13h – Defesa de candidaturas
14h - Eleição da nova direção e secretário(a) nacional da JPT

A JPT e a revolução democrática


Por Joanna Paroli

O II Congresso da Juventude do Partido dos Trabalhadores está inserido em um cenário de importantes mudanças globais e em um momento em que a juventude retoma a centralidade para as necessárias transformações. Situamos o congresso nesse contexto, pois acreditamos que ele não deva ser apenas um evento interno do PT, mas um espaço que pode contribuir globalmente com o fortalecimento do partido nesta segunda década do século 21.

De maneira geral, as respostas ultraliberais à crise mundial têm prevalecido nos países centrais. A ausência de alternativas à esquerda reflete o duro golpe sofrido pelos trabalhadores e a desorganização dos partidos socialistas nesses países. Também não seria errado afirmar que a manutenção de um cenário diferente na América do Sul e no Brasil, em particular, está diretamente relacionado à presença do campo democrático e popular, dirigido pelo PT, no governo do nosso país.

Após a terceira vitória consecutiva sobre os conservadoras no país, o PT precisa se revitalizar, reforçando a sua opção pelo socialismo democrático e recompondo laços com a juventude brasileira. Acreditamos que as gerações constroem sua identidade apropriando-se das lutas latentes do período, conduzindo eventos marcantes e constituindo uma memória coletiva. Isto é, formar a geração da revolução democrática exige o fortalecimento cada vez maior dos laços do PT com a luta democrática e socialista.

Em todo o mundo a juventude, mais uma vez, tem demonstrado ser a ponta de lança das grandes lutas contra o capitalismo. No Brasil vivemos ainda uma situação nova. As conquistas vivenciadas nos últimos anos está formando uma geração diferente que está recompondo os sonhos aniquilados pelo neoliberalismo ao mesmo tempo em que constrói uma intervenção mais realista e pragmática. Soma-se a isso o fator demográfico do país, os jovens representam 25% da população brasileira, a juventude adquire uma dimensão estratégica para o PT e para o sucesso do nosso projeto no Brasil.

Fortalecer uma organização partidária que dê conta de dialogar com a juventude brasileira é fundamental nesse contexto. Conquistar definitivamente essa nova geração significa manter vivo o projeto petista por pelo menos mais 30 anos. Por isso, acreditamos que os desafios do II Congresso da JPT não são apenas da juventude petista, mas do conjunto do partido.

Internamente, precisamos cada vez mais de um partido democrático e militante, e de uma juventude mais fortalecida para disputar seus rumos. O 4º Congresso do PT sinalizou com a renovação como necessidade na nossa organização partidária. Não só os 20% de jovens, mas também a decisão de paridade entre homens e mulheres nos espaços de direção caminharam nesse sentido. A formalização, no Estatuto, do entendimento da JPT como instância e a importância de valorizá-la política e materialmente, abre muitas possibilidades para os próximos anos.

Precisamos instituir direções municipais que disseminem as discussões encaminhadas nas instâncias estaduais e nacional e dê vida ativa à nossa juventude. Nessa gestão que se encerra, tivemos bons momentos de mobilização, como a Caravana Nacional nas eleições de 2008 e o Encontro Nacional em 2010. Entretanto, no conjunto das atividades, acumulamos pouco para a construção política da JPT. Para além do modelo organizativo, é preciso pensar uma diretriz política que organize a próxima gestão e faça o diálogo com os estados e municípios.

A JPT, tanto na sua tarefa partidária como na militância cotidiana no movimento social e na esfera institucional, não deve titubear na defesa radical do programa socialista. Isso significa unificar as agendas e construir mobilização popular. O governo Dilma precisa aprofundar as mudanças promovidas nos últimos oito anos. Por exemplo, a inclusão social deve ser combinada com mais distribuição de renda e construção de autonomia. No bojo das Políticas Públicas de Juventude (PPJs), é necessário desenvolver uma Política de Estado, com marcos legais e planejamento, além de reforçar o conjunto de políticas que indiretamente impactam a vida dos/as jovens.

Para a juventude trabalhadora, em específico, o maior dilema é o de conciliar o tempo de trabalho e estudo. É preciso mais políticas públicas que valorizem o direito ao tempo livre e acesso ao lazer e bens culturais para as juventudes. Em paralelo, é necessário fortalecer a agenda do trabalho decente, combatendo mecanismos de precarização e flexibilização das relações de trabalho que afetam duramente a vida dos jovens. Deve ser assegurado o direito ao acesso e permanência na sala de aula, nos Ensinos Médio e Superior, evitando a entrada precoce do/da jovem no mundo do trabalho.

Por fim, é importante formular uma política que conduza a organização de base da JPT, pautada no fortalecimento do processo de formação dos filiados e militantes juvenis e da importância da discussão feminista na nossa juventude. Somado a isso, a juventude deve ser o setor de vanguarda no PT, articulando pautas que dialogam com a dimensão das liberdades individuais: respeito à diversidade como estruturante das relações sociais, luta pela legalização do aborto e autonomia das mulheres. Para isso, é preciso sair do II Congresso com uma campanha pública, que em nossa opinião deve ter o mote dos “Direitos da Juventude”, que cumpra o papel de mobilizar a juventude petista militante e disputar os valores do conjunto da juventude brasileira.

Joanna Paroli é ex-diretora da UNE e militante do partido na Bahia, candidata à secretária Nacional de Juventude do PT pela tese Avante!

Nota da JPT-RJ de solidariedade ao #ocupausp e de repúdio à truculência tucana‏

Os acontecimentos dessa semana na USP mostram o verdadeiro objetivo da política de repressão à maconha, substância menos lesiva que o álcool e o tabaco. Essa política de “guerras às drogas” atinge milhares de jovens no Brasil de todas as classes sociais e tem conseqüências gravíssimas:
como o encarceramento e o extermínio de jovens negros/as; os altos gastos com “segurança pública”, em detrimentos das políticas sociais; e, no caso da USP, a criminalização do movimento estudantil.

A JPT-RJ é solidária aos estudantes que ocuparam a reitoria da USP, manifestando-se de forma pacífica e legítima. Esses estudantes estão lutando por maior democracia na universidade e respeito à autonomia universitária, princípios quebrados pelos governos Serra e Alckmin.
Repudiamos a intervenção truculenta e autoritária da PM e a prisão de dezenas de estudantes. Esse é o modo pelo qual os governos tucanos tratam a juventude e os movimentos sociais: 400 policiais com bombas, spray de pimenta, submetralhadoras e encarceramento.

Contra a cirminalização do movimento estudantil! Pela legalização da maconha! Abaixo o governo Alckmin/PSDB!

Secretaria Estadual de Juventude do PT-RJ

Políticas afirmativas em Salvador para combater o Racismo da Prefeitura Municipal

"Amém ao racismo e VETO as cotas"

Por Marcela Ribeiro

O sistema de cotas é um dos mecanismos das Ações de Políticas Afirmativas (ações que visam oferecer aos grupos discriminados e excluídos um tratamento diferenciado a fim de combater tais injustiças) que mais repercute de forma substancial e objetiva. Elas vêm na sociedade brasileira e ao redor do mundo cumprir um papel de reparação social. No Brasil, os primeiros povos a receberem políticas afirmativas foram os imigrantes europeus, que quando aportaram aqui receberam terras, direitos e cidadania. Sendo assim, essa é uma política antiga no nosso país.

A Região Metropolitana de Salvador tem em sua população uma maioria esmagadora de negros e negras. Em 2007 a PEA (população economicamente ativa) negra representava 86,6% da força de trabalho dessa região ao passo que a população não negra apenas 13,4%. Apesar do povo negro representar pouco mais de 4/5 da PEA está proporcionalmente em maior numero no contingente de desempregados, representando 90,4% deste.

A situação fica mais crítica quando vamos ver que os homens negros são empregados em sua grande maioria na construção civil que possui uma alta rotatividade e as mulheres negras estão no serviço doméstico onde a jornada de trabalho é mais extensa. Ambos em setores que carecem de uma proteção social, em setores onde a exploração e opressão sobre a classe trabalhadora é mais intensa.

A escolaridade apesar de influenciar fortemente sucumbe a questões de cor e gênero. Uma vez que as desigualdades persistem quando colocados em voga sujeitos com a mesma escolaridade mas de “etnias distintas”. Nessa perspectiva as mulheres negras são ainda mais desfavorecidas uma vez que sofrem uma dupla discriminação: ser mulher e ser negra.

Temos tido avanços através da pressão e da luta do movimento negro, aliado a diversos outros movimentos sociais ligados aos setores de esquerda. O sistema de cotas, a política pública de permanência nas universidades, o PROUNI, são conquistas e vitórias da luta histórica destes setores.

Lógico que tendo por objetivo beneficiar os setores oprimidos, ou seja, aqueles e aquelas que historicamente foram e continuam sendo postos a margem de nossa sociedade, dificilmente receberia um apoio unânime. No entanto isso aconteceu na câmara municipal de Salvador.

O projeto do Vereador Gilmar Santiago pelo qual 30% das vagas dos concursos públicos seriam reservadas à maioria oprimida e discriminada da sociedade soteropolitana, foi aprovado na sessão da câmara por unanimidade. O que torna ainda mais vergonhosa a atitude reacionária e racista do atual prefeito João Henrique em vetar o projeto.

É mais que evidente que quando os setores de esquerda se organizam e avançam em suas pautas e lutas por uma real transformação em nossa sociedade os setores conservadores fazem o mesmo numa contra-ofensiva desesperada por barrar tais avanços.

Nessa perspectiva, nós, que estamos no enfrentamento diário as faces do racismo em nossa sociedade não podemos nos calar a mais uma de suas expressões. Temos mais uma vez que nos organizarmos para garantir que a democracia impere de forma a termos mais uma conquista pro povo negro!

Contra as cotas só os racistas! Lutemos !


Marcela Ribeiro é Vice-Presidente da União dos Estudantes da Bahia e Militante do Coletivo Nacional ENEGRECER

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fala tu!!! Florestan Fernandes


“Ou os estudantes se identificam com o destino do seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo"

Posição da UNEGRO sobre a demissão de Orlando Silva


A UNEGRO lamenta a saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte e solidariza-se com todos os seus familiares e amigos neste momento difícil da luta política no Brasil. Nossa confiança em Orlando, um dos fundadores da Entidade, permanece inabalada porque ele é um digno representante da população negra brasileira, vitimado pelo conservadorismo e pelo racismo abertamente declarado por Arnaldo Jabor quando destilou seu ódio ao ministro dizendo: “finalmente Orlando Silva caiu do galho...”, ou seja, insinuando que o ministro é macaco.

A trama estabelecida pela elite conservadora teve exclusiva finalidade de macular a honra do principal dirigente do Ministério do Esporte, derrubá-lo e instabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff. Consideramos um grave erro da Presidenta Dilma aceitar a demissão de um Ministro de Estado com base em uma falsa denúncia de um homem processado e preso por recurso do Ministério do Esporte - sem nenhuma prova ou indício de veracidade. Consideramos perigosa a lógica de demitir todos os ministros que a grande mídia conservadora indicar, visto que o verdadeiro alvo é a Presidenta e o objetivo é de não deixá-la governar.

A violenta campanha de difamação, calúnias e ataques, a Orlando Silva Junior atingiu o objetivo imediato de derrubar um ministro jovem, talentoso, exemplo para juventude negra e gerações de atletas, gestores, administradores, mas não conseguiu e nem conseguirá apagar o brilho e macular a contribuição que Orlando Silva deu ao país.

Orlando ajudou a consolidar e dar importância institucional e política ao Ministério do Esporte, foi figura destacada para que o Brasil tivesse a oportunidade de sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, eventos que favorecerão o dinamismo da economia nacional gerarão mais empregos e renda para o povo brasileiro. Conduziu republicanamente a gestão do Ministério, respeitou todas as forças políticas e os movimentos sociais e deixa como marca o desenvolvimento do esporte como atividade e direito fundamental da cidadania.

A injusta demissão de Orlando aumenta a invisibilidade do negro no governo Dilma, dos 37 ministérios a única negra é Luiza Bairros, ministra da Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial. Estamos diante de um retrocesso perigoso e assistindo a reprise dos mesmos enredos de defenestração de ministros negros. Impõem-se, mais uma vez, a lógica de que o negro não tem competência e não é confiável. Portanto, não pode ocupar cargos importantes no governo. Primeiro foi Benedita da Silva, depois Matilde Ribeiro e agora é Orlando Silva.

A UNEGRO compreende que esse episódio fragiliza o governo e a democracia brasileira, se posiciona em defesa de Orlando Silva e o considera o ministro mais bem sucedido do governo Lula e do governo Dilma. Mantém seu apoio ao governo Dilma e manifesta sua preocupação com a ausência de negros no ministério e em outros espaços importantes do Executivo.

Não nos afastaremos um instante da construção de uma sociedade livre do racismo e das desigualdades.

Viva Orlando Silva!!!

União de Negros Pela Igualdade - UNEGRO

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Avante! elege secretários da JPT do Rio de Janeiro e do Piauí

Por Rodrigo Mathias

No último fim de semana o movimento Avante! foi vitorioso em dois congressos estaduais da JPT. No sábado, a juventude do Rio de Janeiro elegeu Daniel Gaspar, ainda no primeiro turno, após os adversários retirarem as candidaturas em seu favor. No domingo foi a vez de Maycon Silva ser escolhido Secretário Geral da juventude petista piauiense.

A candidata nacional da tese Avante!, Joanna Paroli foi pessoalmente acompanhar o congresso do Rio de Janeiro, após ter visitado os companheiros do Piauí para discutir as táticas eleitorais que seriam adotadas no congresso do estado. Para Joanna, as eleições dos companheiros mostraram que a juventude petista quer uma JPT menos burocrática, mais militante e com um diálogo maior com os movimentos sociais:

“Assim como aconteceu no 4º Congresso, a juventude do partido mostrou que quer um PT mais à esquerda, o que abre boas possibilidades para a nossa candidatura nacional”, afirmou.

Rio de Janeiro
Um dia após sua vitória, Daniel Gaspar já sentia a responsabilidade da nova posição. Entre telefonemas e respostas a incontáveis emails e mensagens nas redes sociais, o ex-diretor de Relações Internacionais da UNE falou sobre os principais desafios da sua gestão na JPT:

“Precisamos organizar campanhas públicas para dar mais visibilidade às pautas da JPT. No próximo período, o PT do Rio de Janeiro vai ter o desafio de construir uma candidatura forte para o governo do Estado e a juventude do partido deve estar pronta para colocar suas pautas na construção do programa de governo”, disse.

Além do desafio eleitoral, Daniel destacou a necessidade de uma maior presença da direção da JPT no interior do estado, o aprofundamento do investimento na formação política da juventude petista e o diálogo com as outras juventudes dos partidos de esquerda, como prioridades para sua gestão.

Também militante da juventude petista do Rio de Janeiro, a atual vice-presidente da UNE, Clarissa Alves da Cunha considera que a eleição de Daniel leva a JPT-RJ a um novo patamar:

“A vitória do Daniel Gaspar abre caminho para uma maior sintonia entre a juventude petista e os movimentos sociais. Esse panorama nos dá uma possibilidade de disputar os corações e mentes da juventude fluminense pelo prisma de uma perspectiva libertária de transformação social”.
Vitórias da DS

Além de assinarem a tese Avante!, Daniel e Maycon fazem parte da mesma tendência interna do PT, a Democracia Socialista. Para Anderson Campos, membro da Direção Nacional da corrente, as vitórias da DS no Rio e no Piauí fortalecem a luta pela construção socialista do PT:

“Como partido dirigente da revolução democrática, o PT precisa de uma juventude avançada e comprometida com o socialismo democrático”, afirmou. Para o dirigente, essas conquistas estaduais são fundamentais para o movimento trilhar o caminho até a vitória da candidata nacional, Joanna Paroli.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

JPT pela esquerda - Manifesto de apoio à candidatura de Daniel Gaspar para secretário estadual

Este manifesto apresenta algumas das principais razões pelas quais nós, de diferentes movimentos, correntes, grupos e municípios, nos unimos em um movimento para mudar a JPT do estado do Rio de Janeiro. Nesta semana, completam-se quatro anos da realização do I Congresso da JPT. Embora marcado por contradições de uma juventude que recém começava a repensar sua organização e seu papel, ele logrou afirmar valores que animam sonhos generosos com o futuro de nosso partido. Entre as principais conquistas deste espaço estiveram a bandeira unificada para JPT de se “construir uma sociedade livre, justa e solidária”, de “garantir o desenvolvimento nacional”, “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”.

Como vemos, os desafios colocados para esta primeira gestão não foram pequenos. Apesar de todo o saldo positivo deste processo, chegamos ao II Congresso da JPT com a evidência de que ainda temos de caminhar muito para consolidarmos uma JPT comprometida com uma visão de que a juventude tem uma dimensão estratégica para o projeto de desenvolvimento que nosso partido apresenta para o Brasil. Isso significa que este II Congresso tem a enorme tarefa de organizar e afirmar uma juventude socialista, militante e de massas capaz de conduzir o processo de profunda transformação social em curso em nosso país.

Para que tudo isto ocorra, as secretarias estaduais da JPT terão papel central neste processo. Caberá a elas garantir a organização cotidiana dos militantes e filiados, além de realizar na base as campanhas da JPT, a formação política e as atividades de mobilização. No Rio de Janeiro, a maior parte das bandeiras da juventude trabalhadora, e por consequência do PT, não foram abraçadas pelo governo estadual que nosso partido compõe. Ainda prevalecem os casos de criminalização da pobreza, especialmente da juventude pobre e negra, por parte da polícia e nossa juventude ainda está longe de ter seu direito de acesso a educação e serviços públicos de qualidade garantidos. No governo Sérgio Cabral, diferentemente dos Governos Lula e Dilma, o movimento social é reprimido e criminalizado.

Para começarmos a reverter este quadro, o PT do Rio de Janeiro deve estar comprometido em apresentar seu programa político, através de candidatura própria, nas próximas eleições para o governo do estado. Neste sentido, a juventude deve se colocar como protagonista deste processo, pautando suas bandeiras e estando à frente enquanto direção da construção deste programa e desta campanha. Eleger o companheiro Lindberg governador do estado do Rio de Janeiro é prioridade da nossa campanha.
Sabemos que a JPT do Rio hoje está seriamente fragilizada, desorganizada, sendo pautada pelas disputas internas e extremamente limitada para cumprir este papel. Precisamos de uma secretaria que seja capaz de mudar este quadro, que consiga atender a toda esta demanda de organização, de enraizamento nos municípios do interior e que possa dialogar com o conjunto de grupamentos e tendências de nosso partido, unificando a atuação da JPT fluminense no movimento social, fazendo formação política nos municípios e organizando campanhas públicas da JPT no estado.

É a partir desta perspectiva que apresentamos a candidatura do companheiro Daniel Gaspar a secretário estadual da JPT do Rio de Janeiro. Acreditamos que Daniel, ex-diretor de relações internacionais da UNE e militante da JPT RJ, pode cumprir este papel. Esta candidatura representa todos e todas que querem renovar e reconstruir um papel protagonista para esta juventude petista em nosso estado!
13 pontos para mudar a JPT do Rio de Janeiro:

1 – A JPT tem que participar de forma unificada e organizada nos movimentos sociais. A lógica institucional não pode nos separar das lutas sociais.

2 – É preciso ter cursos de formação política para os jovens petistas em todos os municípios e regiões do Estado.

3 – É preciso interiorizar a JPT. As atividades de formação política, campanhas etc.. não podem ocorrer apenas na capital!

4 – A JPT tem que ter uma política de comunicação nas redes sociais, assim como boletins informativos periódicos e um site.

5 – A JPT deve combater as opressões geracionais, raciais, de gênero, de orientação sexual. Devemos realizar encontros estaduais LGBTTT, de jovens petistas negros, de jovens petistas mulheres.

6 – Não podemos ser acríticos ao Governo Sérgio Cabral. Somos partido, tomamos parte na sociedade e devemos defender os interesses dos jovens e trabalhadores.

7 – Devemos incentivar os candidatos jovens a vereador no próximo ano, realizando um encontro estadual, que deve tirar bandeiras em comum a serem defendidas por todos os candidatos a vereador e prefeito do PT-RJ!

8 – É preciso ter uma campanha pública da JPT, que dispute a consciência e os valores dos jovens!

9 – A JPT também deve ter ação legislativa, propondo leis aos deputados e vereadores do PT, que garantam conquistas e direitos para a juventude do Rio de Janeiro.

10 – Devemos construir um fórum com as juventudes de esquerda do Rio de Janeiro. É hora de unificar a esquerda!

11 – É preciso estar em sintonia com as secretarias municipais. Devemos fazer plenárias anuais com todos os secretários e secretárias municipais recém-eleitos do estado do Rio de Janeiro para deliberar sobre campanhas, mobilizações e demais pautas que surjam.

12 – A JPT deve investir em festas, confraternizações e eventos culturais que permitam que os jovens petistas se expressem artisticamente.

13 – Temos que construir a candidatura própria do companheiro Lindberg a Governador do estado do Rio de Janeiro!

Por essas razões, apoiamos a candidatura do companheiro Daniel Gaspar à secretário estadual de juventude do PT do Rio de Janeiro e convidamos todos e todas que acreditam neste projeto e nesta candidatura a assinar nosso manifesto e seguir em luta conosco para eleger Daniel Gaspar secretário e construir uma nova JPT para o nosso estado.

Ousar lutar, ousar vencer, é PELA ESQUERDA que se muda o PT!

sábado, 8 de outubro de 2011

Estatuto da Juventude: Mais um passo para o desenvolvimento do Brasil

Por Gabriel MedinaJustificar
A aprovação do Estatuto da Juventude na Câmara dos Deputados é sem dúvida a maior conquista do Século para a juventue e um marco na história brasileira.

A primeira conquista aconteceu na constituição de 1988, com a aprovação do voto facultativo de jovens entre 16 e 17 anos.

No ano de 2010, ano marcado pelo maior número absoluto de jovens, aconteceu a inclusão do termo juventude na constituição brasileira, a chamada PEC da Juventude, que indicou a necessidade de aprovação de Marcos Legais no país: o Estatuto da Juventude e o Plano Nacional de Juventude.

O Estatuto é fundamental pois define quais são os direitos específicos desse período da vida, marcado pela faixa etária de 15 a 29 anos, que hoje é composta por cerca de 50 milhões de brasileiros.

É um marco para constituir uma nova compreensão sobre o que é ser jovem, período que carregou estereótipos negativos, visto como problema ou mera fase de transição da infância para a vida adulta. Chegou a hora da sociedade e do Estado reconhecerem os jovens como portadores de direitos específicos, capazes de participar do projeto de país.

O Conselho Nacional de Juventude, criado em 2005, foi protagonista da construção e pressão para a votação do projeto e contribuiu para qualificar a peça, por eemplo, com a inclusão dos temas: do direito a comunicação e liberdade de expressão, à cidade e a mobilidade, à segurança pública e a necessidade de implementação da Agenda Nacional de Trabalho Decente para a juventude. O PL também assegura o direito a diversidade e pluralidade, à cidadania, à participação social e garantia do desenvolvimento integral com políticas públicas nas mais varidas áreas do Estado.

O Estatuto define a criação de um Sistema Nacional de Juventude que ainda precisará ser regulamentado pelo Estado, mas que aponta para a necessidade de um pacto federativo entre Municípios, Estados e a Federação para a execução de políticas de juventude. O Sistema prevê ainda que o controle social e a participação são fundamentais e devem ser exercidos por meio dos Conselhos de Juventude.

A votação só foi possível por um esforço da relatora Manuela Davila, que com o apoio da Frente Parlamentar de Juventude criou as condições com as lideranças partidárias para um cenário favorável que permitiu sua aprovação por unanimidade, além de outros deputados que mostraram sensibilidade ao tema e ao público da juventude.

Os desafios agora passam por construir uma pressão política sobre o Senado e viabilizar que seja sancionado pela Presidente Dilma antes da 2ª Conferência Nacional de Juventude, que acontecerá de 9 a 12 de Dezembro em Brasília.

Ao Congresso cabe acelar a votação do Estatuto da Juventude e dar continuidade a tramitação do Plano Nacional de Juventude, conjunto de políticas, programas e metas a ser executado pelo Governo. É preciso que o Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Juventude apresente uma proposta de regulamentação do Sistema Nacional de Juventude, com a garantia de recursos, atribuições e competência dos Municípios, Estados e Federação que coloquem como centro a participação plural da juventude na definição das políticas e do marcos legais.

A 2ª Conferência Nacional que tem o slogan “Conquistar Direitos e Desenvolver o Brasil”, tem como eixo fundamental do seu temário a necessidade do avanço dos Marcos Legais e para além de comemorar a aprovação do Estatuto, apontará as demandas da juventude para o aperfeiçoamento do Plano Nacional de Juventude e regulamentação do Sistema Nacional de Juventude.

O Conselho Nacional de Juventude comemora mais esta vitória, que aponta para um pacto intergeracional para a construção de um Brasil que respeite e valorize as novas gerações e criem as condições para a promoção de um país que assegure os direitos plenos a todos os cidadãos.

*Gabriel Medina é Presidente do Conselho Nacional de Juventude

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Fala tu!!! Vladimir Lenin!!!


"É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles."

Vladimir Lenin.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Balanço da Democracia Socialista sobre o 4º Congresso do PT - Uma nova etapa na construção do PT

O 4º Congresso do PT foi amplamente vitorioso pelas mudanças estatutárias realizadas e também pela retomada da elaboração programática, expressa na resolução política.

As novas regras estatutárias deverão ter grande impacto na construção do partido. Se tomarmos cada mudança estatutária de forma isolada, já podemos perceber grandes avanços na condução do PT. Quando tomadas em conjunto, essas medidas significam uma clara e forte reorientação organizativa partidária em um sentido participativo, democrático e militante. Esse conjunto de mudanças pode ganhar dinamismo e abrir uma nova experiência de organização e crescimento do partido, levando-se em consideração as características do novo período político, aberto pela 3ª vitória presidencial consecutiva do PT e pela crise do neoliberalismo em escala internacional.

Nesse sentido também devemos saudar a elaboração proposta pela resolução política. Fruto de uma contribuição especial do presidente do partido, companheiro Rui Falcão, ela buscou sintetizar diversas abordagens presentes no partido, dentre elas a da última conferência da Democracia Socialista. Essa resolução dever ser lida, em nossa opinião, como abertura de um novo período de esforço de elaboração programática em consonância com o novo período político.

As mudanças estatutárias

Podemos destacar seis aspectos do conjunto de alterações que conformam o novo estatuto.

1º aspecto: Filiação, participação e contribuição financeira

O Congresso decidiu que as novas filiações – desde que não sejam questionadas (como já ocorria antes) – devem ser precedidas da apresentação programática e organizativa do partido, ou seja, dos direitos e deveres do filiado/a, da história, do programa partidário, e, naturalmente, do incentivo à participação militante. Medidas complementares a essa, estabeleceram que todos os filiados deverão participar de pelo menos uma atividade por ano e, necessariamente, realizar uma contribuição financeira a cada semestre. Essas novas definições passam a ser regras básicas para exercer direitos partidários.

A elas se acrescem os novos deveres dos dirigentes partidários em todos os níveis – mais de 60 mil militantes – que devem contribuir mensalmente com 1% da renda. Além disso, caberá ao DN definir a contribuição básica semestral de todos os filiados bem como novas tabelas de contribuição de militantes no exercício de mandatos executivos e parlamentares e também de dirigentes.

Essas decisões fundamentais constituem-se no núcleo do novo modelo estatutário. Elas implicam novas tarefas organizativas e, simultaneamente, a conversão do modelo eleitoral de organização até agora em vigor em um novo modelo organizativo com incentivo à participação e à sustentação do partido em crescimento sob novas bases.

2º aspecto: Medidas afirmativas de participação de gênero, de geração e da diversidade étnico-racial do povo brasileiro

Definimos que a composição das direções em todos os níveis (com reflexo na atribuição de responsabilidades nas funções executivas) deverá obedecer aos critérios de paridade de gênero, de no mínimo 20% de jovens e de relação com a diversidade étnico racial da população em suas dimensões nacional e regional. Essas diretrizes, inovadores e igualitárias, apontam linhas de crescimento e linhas de sustentação formativa para novos quadros partidários. Dar-lhes conteúdo real (e não apenas formal) é um dos nossos maiores desafios. Sobre eles devemos atuar decididamente para sua efetivação em larga escala.

Essas decisões dão contemporaneidade ao partido e permitem dialogar mais expressivamente com o povo brasileiro. Não podem, portanto, ganhar um caráter internista; devem servir de eixos de maior intervenção nos movimentos sociais com essa abordagem. E, portanto, de maior representatividade social do partido entre as mulheres trabalhadoras, entre os jovens, entre os negros, entre as comunidades originárias do povo brasileiro.

3º aspecto: Democratização do PED e prévias

Uma das origens da reforma estatutária, a democratização dos processos internos de decisão foi um dos aspectos mais claros da mudança positiva. Ela definiu um fundo do partido para financiar o processo de eleição das direções em todos os níveis. Ela também estabeleceu que o colégio eleitoral em qualquer processo decisório interno será conhecido com três meses de antecedência e incorporou as medidas presentes no Código de Ética, relativas aos controles internos necessários à democratização destes processos decisórios. Outro elemento importante e que terá efeito no próximo PED é o de que as listas pré-ordenadas de nomes à direção terão caráter obrigatório e representarão a nova direção eleita, respeitando a proporcionalidade. Isso estimulará que as chapas tenham mais consistência prévia e, portanto, respondam à representatividade real dos seus componentes.

Sobre as prévias, a decisão importante é a de permitir que, em caso de não expressar uma minoria consistente, as direções remetam as decisões sobre candidaturas majoritárias para os encontros de delegados respectivos.

Essas medidas procuram conciliar processos internos de caráter eleitoral – cada filiado um voto – com fórmulas democráticas e de garantia da soberania da decisão dos filiados. Esses processos impulsionados com o estatuto de 2000, e sobretudo com a experiência do PED, tem a grande virtude de serem públicos, ou seja, de expressar nossas virtudes e defeitos e de receber sobre eles a opinião da nossa base social e mesmo de uma opinião pública democrática (que o PT tanto lutou para erguer na sociedade brasileira desde as lutas contra a ditadura). Ao mesmo tempo, tem o potencial de influenciar essa base e essa opinião. O maior exemplo positivo é o PED de 2005, uma das grandes respostas aos ataques sofridos pelo PT. O exemplo negativo é a reação crítica à transposição de costumes clientelísticos e de usos do poder econômico nas disputas internas. Nossos processos “internos” e públicos de decisão são, portanto, parte da cultura socialista e democrática que o PT busca construir no Brasil.

4º aspecto: Escola Nacional de Formação como órgão do partido, Fundação Perseu Abramo mais ligada e subordinada ao PT

No 3º Congresso do PT (2007), a Escola Nacional de Formação do PT, foi reconhecida e estabelecida como órgão do partido e como responsável pela elaboração e execução de sua política de formação. Ao mesmo tempo, a Secretaria Nacional de Formação Política, em conjunto com a Secretaria Nacional de Organização, foi encarregada de acompanhar e registrar os processos de filiação. Esse novo processo organizativo reforça as secretarias de formação em todos os níveis.

A Fundação Perseu Abramo passa a ter sua autonomia melhor regulada com as decisões do congresso. Suas prestações de conta passam a ser, obrigatoriamente, examinadas pelo Diretório Nacional (antes de apresentá-las aos chamados órgãos públicos de controle de todas as fundações). Sua diretoria executiva não poderá ter, de forma acumulada, como ocorre nesse momento, membros da Executiva Nacional do PT. Isso fortalece o papel da direção da FPA que deve dedicar-se plenamente ao seu reconhecido (e que precisa ser renovado) papel de órgão do partido para a elaboração e difusão do pensamento socialista democrático.

5º aspecto: Incorporação do Código de Ética ao Estatuto

O Código de Ética foi uma decisão do 3º Congresso e uma resposta necessária às origens dos problemas enfrentados pelo PT em 2005. A existência de dois parâmetros – o Estatuto e o Código de Ética – reguladores da democracia partidária mostrou-se insuficiente. A unificação deles em uma só peça foi uma decisão importante que fortalece os princípios presentes em ambos.

6º aspecto: limitação dos mandatos parlamentares

O Congresso decidiu limitar, a partir de 2014, em três o número de mandatos consecutivos a que se pode concorrer e exercer o filiado. Assim, como exemplo, um filiado poderá exercer até três mandatos de vereador. Essa mudança mostra a disposição de conter a influência parlamentar no partido.

Uma etapa de concretização estatutária através de um novo crescimento orgânico e quantitativo

Para concretizar esse quadro, é necessário, em primeiro lugar o respeito absoluto das decisões congressuais. Para isso é preciso que todos os níveis de direção – a começar pela CEN e pelo DN – encaminhem as implementações das decisões tomadas. Aliás, uma das decisões congressuais diz que a primeira reunião do DN, seguinte ao congresso, resolverá as questões a ele atribuídas, como regulamentar o critério étnico-racial, definir as tabelas de contribuição, entre outras. Em segundo lugar é fundamental consolidar e regulamentar todas as mudanças e publicar o novo Estatuto, o mais rápido possível.

A Escola Nacional de Formação e a Secretaria Nacional de Formação Política (SNFP) ganharam um destaque especial nesse congresso e precisam se adaptar aos novos tempos. A primeira deve viabilizar conteúdos de apresentação do PT para as/os novas/os filiadas/os. Deve promover também, além da Jornada de Formação Feminista, já em andamento, jornadas de formação para a juventude e para o combate ao racismo e pela afirmação da diversidade étnica racial da população brasileira no interior do partido. Além disso, deve ganhar expressão clara como órgão do partido, inclusive na sua apresentação para outros partidos e para situações de convênio. Por sua vez, a SNFP passa a ser encarregada, junto com a SORG, de receber as listas de novas/os filiadas/os e assegurar que tenham passado pelas atividades de apresentação do PT.

Por fim, cada instância partidária deve assumir sua parte nessa ampla reforma organizativa lançada pelo 4º Congresso.

A melhor maneira de expressar a nova realidade estatutária é a de experimentar um novo crescimento sob as novas bases. Para isso devemos fortalecer a decisão de uma campanha ampla de filiação, dirigida com prioridades e com os novos instrumentos requeridos pelo novo estatuto.

Impactos sobre as correntes e recomposições

À exceção da Mensagem ao Partido, todas as demais chapas ou composições mais amplas entre correntes se dividiram nas decisões sobre o estatuto/concepção de partido.

A Mensagem posicionou-se globalmente a favor de todas as mudanças aprovadas. Ficou em minoria apenas no questionamento do dispositivo que permite a chamada contribuição coletiva a ser decidida pelas instâncias de base. Mesmo assim, sua postura crítica foi subordinada ao acordo de conjunto sobre o princípio da obrigatoriedade da contribuição financeira de todo filiado e ao compromisso de fazer valer a regra aprovada.

A Construindo um Novo Brasil dividiu-se, mas com maioria a favor das mudanças aprovadas (mesmo porque, sem isso, elas não seriam aprovadas!). São dignos de nota as atuações fundamentais dos companheiros Ricardo Berzoini, presidente da comissão do estatuto, e Rochinha, presidente da Comissão de Ética, que estiveram à frente das defesas dos pontos centrais de mudança democrática e militante do estatuto. Uma parte da CnB, no entanto, apresentou-se francamente contrária a essas mudanças.

O MovimentoPT também se dividiu, com o setor gaúcho e o setor ligado a Arlindo Chinaglia ao lado das posições da maioria, embora perdedores dentro da sua corrente. A Articulação de Esquerda dividiu-se antes do congresso por razões próprias e, mesmo que as partes cindidas tenham votado juntas, o fizeram sob o signo do enfraquecimento.

Esse quadro deve dar impulso a uma nova recomposição de forças dentro do PT, em torno do tema fundamental da concepção partidária. O ideal é que os setores que formaram a maioria congressual ou com ela se identificaram atuem em conjunto pela viabilização profunda e dinâmica do novo curso organizativo do PT. Sobretudo, é importante que busquem unidade das instâncias no respeito e no encaminhamento das decisões congressuais, para que essa experiência venha fundamentar uma nova direção para o PT.

Esse processo envolve novos diálogos e a busca de novas sínteses necessárias a esta nova etapa da construção partidária.

Uma possível explicação para as decisões da reforma democrática do estatuto

É muito difícil explicar o 4º congresso apenas por elementos circunstanciais (por exemplo, pela maquininha de votação eletrônica!!!) Tampouco parece crível as teorias de caráter mais conspiratórias que buscam explicar tudo por acordos ou desacordos de lideranças.

A nosso ver, prevaleceu uma noção mais simples, atrás da qual aparece outra mais complexa. A maioria dos delegados, amplamente representativa das direções em todos os níveis partidários, quis dar um basta na excessiva eleitoralização do partido. Acontece, como em todo o processo de mudança com participação democrática, que o resultado final não é previsível e traz surpresas. O movimento iniciado na comissão estatutária foi superado pelo congresso e produziu uma mudança maior que qualquer um poderia prever. Essa energia não pode ser explicada se suas origens não forem buscadas no próprio processo que continua em curso no PT, que é o de suas profundas raízes no processo de transformação da sociedade brasileira e que o PT é um dos sujeitos. O PT continua a ser um caudal e um sujeito da revolução democrática – cuja perspectiva, de caráter socialista, lutamos para que hegemonize. As energias sociais presentes no PT desde sua fundação continuam a se manifestar.

O papel da DS na reconstrução socialista do PT

Desde 2005, a Democracia Socialista coloca como aspecto fundamental o restabelecimento das bases socialistas para a construção orgânica do PT. Em 2007, na sua IX Conferência Nacional, a DS definiu como alvo central para a reconstrução socialista do PT a mudança do seu padrão organizativo. Isso foi reafirmado e desenvolvido na X Conferência, com o projeto de reforma estatutária.

Avaliávamos que a grande barreira para um processo mais vigoroso de reconstrução socialista do PT continuava sendo a sua forma organizativa real, que oferece riscos graves tanto à democracia interna como à eficácia política do partido. Esse problema põe-se de forma cada vez mais crucial à medida que a disputa nacional coloca à prova todas as forças políticas e sua capacidade de intervir nos acontecimentos centrais do País.

A forma de organização dos últimos 10 anos foi basicamente eleitoral, e muitas vezes, voltada apenas para a disputa eleitoral proporcional. Ela frequentemente não deu conta sequer da grande disputa eleitoral majoritária. Essa dinâmica coloca-se em franca contradição com a origem, os objetivos e as tarefas políticas do partido. O PT é um partido de massas trabalhadoras e populares, que votam nele com expectativas de melhoras na sua vida e que podem, ao menos suas parcelas mais avançadas, dele participar, contribuir para sua ação e colocar-se como sujeitos coletivos da grande aventura de lutar pela revolução democrática e socialista no Brasil.

O PT governa um país imerso em grande desigualdade social e em meio a uma tradição de forte exclusão política das maiorias sociais. Isso implica que a tarefa de governo não pode ser separada da luta pela construção de uma força política de massas e militante organizada sob a perspectiva da revolução democrática socialista.

A ausência de uma organização partidária militante não é uma característica necessária de um partido de maiorias sociais. Partidos como o PT podem ter uma forma de organização militante, ampla e aberta. É por isso que um dos pontos básicos de um programa de reconstrução socialista do partido é mudar sua organização real. Conquistar a maioria dos petistas para essa posição é uma tarefa central.

A reforma do estatuto deve democratizar e organizar nosso crescimento e é decisiva para que o PT tenha mais protagonismo no novo período que se abre. Por essa razão, concentramos nossa atenção na reforma estatutária, como definimos na X Conferência da DS.

Para concretizar essa tarefa, foi fundamental a atualização da nossa concepção clássica de partido e de sua reconstrução. Sempre pensamos um partido dos trabalhadores com independência política face à burguesia, com pluralismo e direito de tendência, com democracia participativa, com organização e com protagonismo da base. Sempre foi característica da nossa concepção a defesa da auto-sustentação financeira do partido e, por isso, a contribuição financeira como critério de direito de voto, a participação em núcleo e a presença nas atividades do partido também como um dos critérios de direito de voto. E sempre pensamos na democracia participativa aplicada ao funcionamento do partido.

Tínhamos, porém, que refletir sobre a experiência das eleições diretas, com suas virtudes e problemas. Um dos pontos centrais da nossa atualização da proposta de reforma organizativa foi a democratização do PED, questão resolvida logo no início dos debates da tendência e que permitiu dialogar com o sentimento da maioria congressual. Percebemos o PED como uma experiência positiva, que levou Raul Pont ao 2º turno em 2005, que permitiu lançar José Eduardo Cardozo em 2007 e 2009 e organizar um movimento mais amplo que a própria DS em campanhas importantes e que implicaram em maiores responsabilidades de direção do PT. Mas acima de tudo, o PED é um processo público que permite a crítica e a pressão públicas sobre os erros e a expressão, também pública, dos acertos do principal canal de participação dos filiados.

Além da democratização do PED, formulamos a ideia de crescimento com participação. Pensamos que o partido pode, deve e precisa crescer e ser uma escola de participação política para milhões de pessoas do povo brasileiro. O PT pode chegar a ter 3, 5, ou mais, milhões de filiados, e se constituir simultaneamente como a maior força política eleitoral e a maior força de intervenção política na sociedade. Pode se constituir numa nova experiência de partido socialista de massas, cuja expressão européia se deu nos inícios do século XX.

O significado da reorientação organizativa em um período de luta pela hegemonia do socialismo democrático na construção da alternativa ao neoliberalismo

As mudanças organizativas a favor de um partido militante e democrático acontecem – e, talvez, só pudessem acontecer – numa situação nacional específica e claramente mais favorável à esquerda, representada pela 3ª vitória presidencial liderada pelo PT. O fato dessa situação nacional coincidir com a crise do neoliberalismo no plano internacional abre, na nossa avaliação, um novo período político marcado pela possibilidade de conquista de hegemonia do socialismo democrático na construção da alternativa ao neoliberalismo que está em curso no Brasil e que tem suas projeções internacionais especialmente na América Latina.

As mudanças aprovadas pelo 4º Congresso apontam para o encerramento de um período de defensiva na construção partidária. Do nosso ponto de vista é possível viabilizar o crescimento do partido em novas bases organizativas, dirigindo-se aos amplos setores beneficiados pelo nosso governo e que podem vir a ser protagonistas políticos desse projeto, fazendo-o avançar em sua perspectiva transformadora.

Atuamos decisivamente para o partido reconquistar elementos fundamentais, democráticos e socialistas, da organização histórica do partido, que estiveram em baixa durante tanto tempo.