terça-feira, 31 de maio de 2011

Fala tu!!! Hugo Vilela



Esse foi o mes de maior visualização do meu blog. 1.800 visitas! Valeu à tod@s que ajudam a construir esse espaço de informação da esquerda!

Happy Hour do PT em Angra

Pra quem quer bater um bom papo com @s companheir@s de militância e ouvir uma boa música, estamos convidando-o para estar conosco nesse ato de confraternização d@s petistas, amig@s e simpatizantes que já se tornou parte do nosso calendário; sendo realizado sempre às primeiras sextas feiras de cada mês.
Pela terceira vez, estaremos reunidos essa 6ª, dia 03/06, a partir das 19h no restaurante Caiçara (antigo Dendecos), localizado na rua do comércio.
Vamos mobilizar os companheiros e companheiras para fazermos juntos uma festa vermelha!!!

RESOLUÇÃO POLITICA DO III ENUNE



Combate ao Racismo: Esta luta nos UNE




Entre os dias 20, 21 e 22 de maio, estudantes negros e negras de diversas Universidade Públicas e Privadas do Brasil estiveram reunidos na Universidade Federal da Bahia em Salvador participando do III ENUNE – Encontro de Negros e Negras Cotista da UNE.

O III ENUNE se propôs a discutir os avanços, desafios e perspectivas das políticas de ações afirmativas para o acesso da população negra no ensino superior brasileiro. Ainda que, a partir desse balanço, identifiquemos que o acesso desta população no ensino superior tenha avançado as políticas de permanência não seguem o mesmo ritmo. Precisamos criar mecanismos que garantam em sua totalidade condições necessárias para uma trajetória sustentável até a formação dos estudantes negros/as e cotistas. Para que os desafios colocados possam ser superados é necessário compreender o papel estratégico de uma aliança com o movimento negro brasileiro e demais setores progressistas da sociedade.

O avanço das políticas afirmativas no Brasil tem mobilizado também os setores conservadores da sociedade brasileira que iniciaram mais uma ofensiva contra o povo negro combatendo a democratização do ensino superior a partir da perspectiva de inclusão de estudantes negros e negras. A UNE repudia e combate ações como as conduzidas pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) e pelo partido Democratas (DEM) que alega a inconstitucionalidade das ações afirmativas adotadas pela UNB e UFRGS no Supremo Tribunal Federal e tentam mais uma vez suprimir a população negra do espaço da educação superior.

A UNE deve aprofundar uma campanha que exija “Ações Afirmativas Por Inteiro”, colocando em debate o aprimoramento e ampliação do acesso, permanência e pós-permanência dos estudantes atendidos pelas mesmas. Para tal, é importante investir também em espaços institucionais para a consolidação dos programas, como a criação de Observatórios das Ações Afirmativas em todas as IES que possuem políticas nesse sentido, permitindo o mapeamento dos dados dos programas, estimulando o desenvolvimento de pesquisa sobre esse conjunto de dados, estipulado assim novas metas para o aprofundamento dos programas e que ainda sirva de espaço para denúncia e assessoramento de casos de racismo, machismo e homofobia nas IES.

O exercício pleno da vida universitária pela juventude negra inclui ações voltadas para além do ensino regular em sala de aula. O processo de descolonização do conhecimento que desejamos construir na universidade exige-nos a produção de uma cultura emancipatória, que dê relevância á contribuição afro-brasileira, atualize as matrizes que referenciam a produção de saber dentro das universidades, no sentido de incorporar os saberes populares e ancestrais. É preciso investir em espaços que dialoguem com a produção e difusão da arte e da cultura produzida por esses/as estudantes. Neste sentido propomos a organização de circuitos universitários de cultura negra nas universidades com o intuito de dialogar com a perspectiva de auto-organização dos jovens negros/as universitários/as e promover atividades artísticas-culturais concatenadas com uma dinâmica afrocentrada de pensar e produzir cultura.

Propomos que a UNE desenvolva no próximo período uma campanha visando combater a homofobia nas IES.

Propomos que a diretoria de combate ao racismo da UNE e as/os estudantes negras/os se somem a campanha pela legalização do aborto que vem sendo desenvolvida pela diretoria de mulheres estudantes compreendendo esta ação como um importante instrumento na luta das mulheres pela auto-determinação de seus corpos e no combate ao machismo que tem como suas principais vitimas as mulheres negras.

Propomos que nossa representação no CONAD – Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas defenda uma mudança radical de postura na política de drogas hoje vigente, visando o fim da violência associada ao tráfico e o encarceramento em massa da juventude negra levando em conta a redução de danos sociais e a saúde associado ao uso indiscriminado de Drogas.

Propomos a adoção de reservas de vagas com percentual de 30% do corpo dirigente da nossa entidade para estudantes negros e negras, a ser aprovado em nosso 52º CONUNE que será realizado no mês de julho na cidade de Goiânia - GO.

A UNE deverá incorporar no centro do seu debate estratégico a necessidade de mudanças radicais no quadro de violência à qual está submetida à juventude negra. Esse cenário coloca para a UNE a tarefa de somar-se às lutas contra o genocídio da juventude negra, ora colocada por outros segmentos dos movimentos de juventudes, entendendo que este genocídio impede a entrada desta grande parcela de jovens nas universidades.

Que o Movimento Estudantil Brasileiro em conjunto com o movimento negro, de juventudes e outras organizações populares articule em território nacional ações civis pública denunciando o genocídio da juventude negra.

Convocamos a participação de todos/as estudantes negros/as na construção do II ENCONTRO NACIONAL DA JUVENTUDE NEGRA – ENJUNE, que será realizado no mês de dezembro em Goiás, como forma de estreitar relações com as organizações de juventude do movimento negro organizado.

Convocamos ao 52º CONUNE um ato que reúna a juventude brasileira em repudio ao Genocídio da Juventude Negra.


Salvador, 22 de maio de 2011

Clédisson Júnior
Diretor de Combate ao Racismo - UNE

II Congresso da JPT: Direção define datas e regimento


O I Congresso da JPT, realizado em 2008, representou um grande avanço em termos de mobilização e elaboração sobre a pauta de juventude no Partido dos Trabalhadores. Contou-se com a participação de mais de 15 mil jovens filiados na base, tendo, a etapa nacional, mais de 800 delegados. De lá para cá, a Juventude do PT tem buscado aprofundar o significado e o alcance desse novo modelo organizacional, que vem desde os municípios até a sua representaçõa nacional.

O II Congresso da Juventude do PT deve ser capaz de apontar os avanços e desafios dessa nova organização, superando a velha forma setorial e contemplando a diversidade da juventude brasileira em nossas ações. Além de pautar a renovação da direção da JPT.

Em reunião no dia 28 de abril de 2011, a Executiva Nacional da JPT aprovou a data da etapa nacional do II ConJPT para os dias 12, 13, 14 e 15 de novembro de 2011, conforme calendário que define também as datas de aprovação de inscrição de teses nacionais e das etapas municipais e estaduais.

O Regimento do II ConJPT já foi elaborado e está em fase de análise. Em breve será disponibilizado aqui no site.




Confira abaixo o Calendário do II Congresso Nacional da JPT:




24/06 - Divulgação Lista de Filiados

23/07 - Prazo para solicitação de correção de dados

25/07 - Inscrição de teses + Início convocação etapas municipais e estaduais

01/08 – Divulgação da Lista Final

06/08 a 18/09 – Etapas Municipais

03/09 – Fim do prazo para convocação de Etapas Municipais

24 e 26/10 – Credenciamento e Julgamento dos Recursos Municipais

01/10 a 31/10 – Etapas Estaduais

03/11 – Divulgação do Regimento Interno da Etapa Nacional

5 e 6/11 – Julgamento de Recursos Estaduais

12 a 15/11 – Etapa Nacional

O jogo já começou - Por Lindberg Farias



Texto publicado no jornal O Globo, edição de 31/05/2011

Na Rio+20, em 2012, todo o mundo vai olhar para o Brasil. Mas o jogo já está sendo jogado, com as decisões legislativas sobre alterações no Código Florestal. Cabe aos brasileiros optar: queremos ser, ante os olhos do mundo e nossa consciência, os predadores irresponsáveis, abraçados a velhas concepções e a um modelo econômico autodestrutivo e socialmente injusto? Ou preferimos vir a ser os verdes produtivos: potência ambiental e agrícola, ampliando conquistas sociais, reduzindo desigualdades, aprofundando a democracia e implementando um novo paradigma de desenvolvimento com sustentabilidade econômica e ambiental?

A opinião pública internacional está atenta, assim como os consumidores estrangeiros de nossos produtos agrícolas. Se a via adotada pelo Brasil for a fragilização das defesas ambientais, nossos produtos pagarão o preço do boicote ou da depreciação competitiva no mercado globalizado. Cada produto carregará, para nossa vergonha e prejuízo, a mancha do descompromisso com uma política climática responsável. Iludem-se, portanto, os defensores de marcos legais permissivos, caso imaginem defender os interesses do agronegócio. Colados aos ganhos imediatos e a velhas práticas, não vislumbram os novos valores que se situam além do horizonte conjuntural. Felizmente, a liderança moderna dos produtores rurais começa a diferenciar-se e ocupar seu espaço na arena política, o que justifica otimismo.

O Código e a vulnerabilização de controles afetam, diretamente, nossas vidas e as de nossos filhos. Os alertas científicos sobre os riscos da elevação da temperatura do planeta merecem ser levados a sério. Nosso país e o Estado do Rio, em particular, vêm se convertendo em palcos de fenômenos climáticos extremos, cada vez com maior frequência e intensidade. Segundo dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil, o número de brasileiros afetados por desastres ambientais saltou, entre 2007 e 2010, de cerca de 2,5 milhões para mais de 5 milhões.

O debate sobre o Código Florestal constitui o ponto de encontro e de confronto entre os compromissos com o futuro sustentável e os apelos do passado patrimonialista e predatório. Tenho proposto que o Senado dê exemplo de maturidade, reconheça a extraordinária importância da questão e se disponha a ouvir todos os setores da sociedade, especialmente os cientistas, injustificavelmente excluídos das consultas, até aqui. A SBPC e a Academia Brasileira de Ciência constituíram comissão multidisciplinar para examinar a matéria e publicaram estudo, cujos resultados opõem-se à precipitação que tem marcado o processo legislativo em torno da questão.

É tempo de mais reflexão e conhecimento científico; menos retórica e imediatismo.

Lindbergh Farias é senador PT-RJ.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Amor e Revolução é a melhor programação da TV brasileira dos últimos anos

Quando a gente se desespera com a TV e vê que nada mais presta na programação, surge uma novela maravilhosa no SBT!!!
Tô viciado em Amor e Revolução!!!

ÚLTIMA CHAMADA PARA SAVADOR!!!



Carta aberta à Diretoria do Sindipetro RJ

Aos membros recém eleitos (as) da direção do Sindipetro-RJ

O Fórum Municipal da Juventude de Angra dos Reis e as entidades que o compõem parabenizam os (as) integrantes da Chapa 1 - Independência, Unidade e Luta; pelo sucesso alcançado no último pleito realizado pelo Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro.
O resultado obtido nessa breve disputa é a demonstração do comprometimento do grupo que atualmente toca as tarefas do Sindicato com a categoria.
Desejamos sucesso aos companheiros e companheiras que irão conduzir os interesses dessa categoria tão importante da nossa sociedade no próximo triênio, e que contribui de forma significativa para a vitalidade e organização dos movimentos sociais.

Angra dos Reis, 13 de maio de 2011.

Hugo Vilela – Coordenador Geral do Fórum Municipal da Juventude de Angra dos Reis
Edward Campanário – Secretário Municipal da Juventude do PT
Gisele Fátima da Costa – Vice Presidente da UMEAR (União Municipal dos Estudantes de Angra dos Reis)
Alex Almeida – Sub Coordenador Diocesano da Pastoral da Juventude
Felipe Gustavo – Presidente da Liga Afro-Brasileira de Cultura
Eduardo da Silva Godinho – Membro do Fórum Municipal de Economia Solidária

sábado, 14 de maio de 2011

Retomada da Prefeitura de Angra, é prioridade no projeto petista para o município

Em entrevista ao Jornal A Cidade, o presidente do PT em Angra, Marcelo Oliveira, fala da Juventude do PT, organização partidária, formação política; e é claro sobre as eleições de 2012.
Acompanhe a entrevista.




A cidade - Há quanto tempo você é presidente do partido e até quando vai o seu mandato?

Marcelo - Fui empossado como presidente do Partido dos Trabalhadores em março de 2010 e meu mandato vai até o final de 2012. Estou dando a minha contribuição para o partido.

A cidade - Quais são as propostas e os projetos do PT para o município?

Marcelo - O nosso principal projeto é retomar a Prefeitura de Angra. As nossas propostas serão discutidas durante a elaboração do Plano de Governo, que deve ser construído em conjunto com os partidos aliados até janeiro de 2012.

A cidade - Como o partido vem se articulando no município para as eleições de 2012?

Marcelo - Estamos conversando com lideranças políticas da sociedade quesão formadoras de opiniões. Antes de casar a gente temque namorar, e é nessa fase política que o PT se encontra. Nessas conversas que temos um horizonte alternativo e estamos convidando essas lideranças políticas a construírem conosco essa alternativa para o nosso município. A nossa prioridade é fazer alianças para compormos essa chapa majoritária.

A cidade - Há intenção de lançar candidato a prefeito?

Marcelo - O nome do partido é o da Conceição Rabha. É unanimidade dentro do PT que ela é a nossa pré-candidata.

A cidade - Quantos filiados o partido tem e onde fica a sua sede?

Marcelo - Temos hoje filiadas cerca de 1.200 pessoas, mas também temos a ciência que alguns desses filiados não vivem mais o partido. O PT realizará um censo interno para sabermos quantas pessoas realmente participam do partido. Além disso, esse mês ainda faremos um ato de filiação para apresentar os recém filiados à sociedade. A sede do PT fica na Rua Moacir de Paula Lobo, nº 133 , no Centro.

A cidade - Com que frequência os filiados se reúnem?

Marcelo - O partido realiza reuniões ordinárias mensais, sempre às segundas quartas-feiras do mês. Além disso, havendo necessidade, realizamos convocações para reuniões extraordinárias.

A cidade - O partido tem grupo jovem? E quais os projetos do partido para a juventude?

Marcelo - Nessa atual gestão, conseguimos criar a Secretaria da Juventude. Essa secretaria tem poder de discussão e voto nas decisões internas do diretório. O jovem tem que participar da política para construir um futuro melhor para Angra dos Reis e para o Brasil, e pensando nisso damos voz aos jovens do PT.

A cidade - O partido oferece algum curso de formação política?

Marcelo - O PT possui a Jornada de Formação Política. O diretório de Angra ano passado foi o de maior quorum do estado, com 500 participantes. Nessa formação é discutida a construção e a história do PT, além da política atual do país.

A cidade - Quantos pré-candidatos a vereador o partidotem hoje e quantos pretende eleger?

Marcelo - Nós temos nomes fortes em vários segmentos da sociedade. Não tenho como precisar quantos pré-candidatos, até porque ainda não temos definido quantas vagas serão disputadas e se haverá a verticalização da proporcional. Apesar disso, eu posso afirmar que se forem 17 vagas a serem disputadas, o PT pretende eleger 17 vereadores.

A cidade - Quais os pré-requisitos necessários para o filiado se candidatar?

Marcelo - Nós aceitamos o pedido de filiação de todos, mas não garantimos a filiação e a candidatura de ninguém. Temos critérios internos que têm de serem respeitados para aceitar novos filiados e para escolhermos nossos candidatos. O nosso partido faz uma política no dia a dia e não somente política de eleição. A pessoa não pode estar filiada a outro partido. Sendo assim, basta procurar um núcleo do PT no bairro ou a sede do partido para se filiar. Além disso, uma liderança do partido tem que abonar esse nova filiação. Escolhemos os candidatos nas plenárias do partido.

A cidade - Quanto tempo o partido está no município?

Marcelo - Há 31 anos, desde a fundação do partido.

A cidade - O partido possui filiados em cargo públicos? Se possuir, em que cargos?

Marcelo - Em Angra dos Reis temos filiados somentecomo assessores no Poder Legislativo. Também temos alguns assessores no Governo Federal, junto com o ministro Luiz Sergio.No total, são cerca de100 filiados trabalhando em cargos políticos.

A cidade - Como é feita essa indicação aos cargos?

Marcelo - Nós matemos uma relação próxima entre os legisladores do partido com a instituição partidária. Apesar disso, o partido não ingere nas nomeações dos cargos. Fica a critério do vereador.

A cidade - Existe alguma contribuição descontada em folha para o partido?

Marcelo - Conforme estabelece o estatuto do partido, é descontado entre 2 e 3% do salário líquido de quem trabalha em cargo político.

A cidade - O PT pretende fazer alguma coligação para as próximas eleições?

Marcelo - Estamos conversando com todos os partidos, a exceção do PMDB.

A cidade - O partido está preparando alguma nova liderança?

Marcelo - Temos várias pessoas nos núcleos com potencial político. Militante que vem se destacando em sua categoria profissional ou em sua comunidade. Não posso citar nomes, para não correr o risco de esquecer de alguém, mas temos nomes para manter o partido forte em Angra por muito tempo.

A cidade - Como o partido se enxerga e se posiciona no quadro político atual?

Marcelo - O PT tem historicamente 27% dos votos no município. Conseguimos na última eleição, com o apoio das alianças que fizemos com os outros partidos, aumentar esse percentual para 46%. Esperamos superar isso na próxima eleição em função do desgaste do atual governo e da rejeição ao prefeito. Não vemos nesse governo um grande projeto, uma marca que o identifique. Entendo que a nossa pré-candidata reúne um carisma e representa uma grande liderança. Estamos nos preparando para conseguirmos retomar a Prefeitura.

A cidade - Você vê um futuro um alinhamento entre PT e PMDB no município?

Marcelo - O nosso problema não é em fazer aliança com o PMDB. O PT não faz aliança com as pessoas que hoje estão no PMDB. Não há a possibilidade nenhuma de fazermos qualquer composição. Entendemos que esse atual governo é um desgoverno e que as pessoas que lá estão não são preparadas para ocupar os cargos que ocupam. Não há projetos de desenvolvimento. É um grupo político marcado pela corrupção. Eu espero que 2012 seja o ano do PT.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

III ENUNE, de 20 a 22/05, UFBA - Salvador/Bahia‏


O acesso a educação, assim como a valorização da cultura negra e o combate a discriminação étnico-racial, constituem os principais eixos organizadores das pautas reivindicatórias do movimento negro brasileiro,compreendendo a educação formal como um elemento instrumental na busca por neutralizar os efeitos nocivos da escravidão e no reposicionamento da população negra na extratificação social.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) realizará em Salvador, entre os dias 20 e 22 de maio, o III Encontro de Negras, Negros e Cotistas da UNE.
O ENUNE é uma das ferramentas para avançar na luta por uma sociedade justa,igualitária e livre da opressão do racismo. Durante os dias do encontro, as e os participantes discutirão a educação numa perspectiva anti-racista com o proposito de elaborar de forma conjunta com o poder publico e a sociedade civil formas de enfrentamento ao racismo.
O ENUNE está em sua terceira edição e será realizado na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O III ENUNE terá uma programação extensa e tem como eixo central a discussão “O Brasil após as políticas de Ações Afirmativas: Desafios e Novas Perspectivas”; esta discussão visa à organização da agenda do Movimento Estudantil e o enfrentamento às formas de discriminação ainda presentes em nossa sociedade. Estarão presentes no encontro a Ministra Luiza Bairros (SEPPIR), Frei Davi (EDUCAFRO), Elias Sampaio (SEPROMI), Olívia Santana (UNEGRO), Íris Amâncio (ABPN), entre outras organizações. O III ENUNE também contará com uma mostra de trabalhos científicos sobre o tema da Igualdade Racial e combate ao racismo de estudantes de varias universidades brasileiras.
São esperados um numero superior a 600 estudantes de diversos estados do país, além de organizações dos diversos movimentos que constroem a luta antirracista.

O quê? III Encontro de Estudantes Negras, Negros e Cotistas da UNE
Onde? Universidade Federal da Bahia, Salvador - Bahia
Quando? 20 a 22 de maio de 2011
Quanto? R$ 30,00 (inscrição com alojamento e alimentação por período limitado)
Maiores informações: http://www.unecombateaoracismo.blogspot.com/

A pobreza e a cor da pobreza




Por Luiza Bairros

Em "Leite Derramado", mais recente romance de Chico Buarque, há um personagem que, ao se referir com ironia ao radicalismo de seu avô abolicionista, afirma que ele "queria mandar todos os pretos brasileiros de volta para a África".

Nessa visão, abolicionismo radical equivalia a se livrar dos negros. De todo modo, após 1888, as elites brasileiras irão se comportar como se os libertos,

que as serviram por quase quatro séculos, não estivessem mais aqui. Mas estavam, e por sua própria conta.

No início do século 20, eram frequentes os prognósticos sobre o desaparecimento da população negra, que supostamente não sobreviveria ao século.

Ao mesmo tempo em que se criticavam as soluções de laboratório defendidas pelo ideário eugenista, em voga aqui e em muitos países, também se apostava no embranquecimento via miscigenação.

Mais tarde, ao se debruçar sobre os resultados do Censo de 1940, Guerreiro Ramos considerou "patológico" o desequilíbrio nas respostas ao quesito cor, tendentes, em sua esmagadora maioria, a sobrevalorizar a cor branca.

Na contramão dessa tendência, os dados censitários de 2010, há pouco divulgados, confirmam o que já se delineava no Censo de 2001: iniciativas de valorização da identidade, com origem nos movimentos negros e hoje em processo de institucionalização, asseguraram a maioria negra em uma população que ultrapassa 190 milhões de brasileiros.

Nesse longo percurso de afirmação, as mudanças não se limitaram a uma percepção de si mais positiva, exclusiva dos afro-brasileiros.

A consciência negra avançou em conexão íntima com a consciência social como um todo. Não se trata, portanto, da mera substituição de um segmento populacional dominante por outro, mas do reconhecimento de que os valores do pluralismo ajudam em muito a consolidar nosso processo democrático.

Contudo, ainda persistem dificuldades a serem enfrentadas.

Hoje, temos uma sólida base de dados, que mostra reiteradamente que mulheres e homens negros estão entre os brasileiros mais vulneráveis, numa proporção muito maior do que sua presença relativa na população total.

Por isso, a priorização da erradicação da pobreza extrema pelo governo da presidenta Dilma abre possibilidades inéditas de abordar rica e diversificada experiência humana, que ainda precisa ser considerada em toda a sua amplitude.

O sucesso das iniciativas de combate à pobreza extrema requer a reversão de imagens negativas, a superação de práticas discriminatórias e o redimensionamento dos valores de cultura e civilização que, afinal, contra todas as expectativas, garantiram a continuidade dos descendentes de africanos no país.

Quando o assunto é superação da pobreza extrema, é justo supor que os negros tenham algo a dizer.

Segmentos empobrecidos de outros grupos raciais também o terão, é certo. Mas os negros têm a oferecer suas estratégias de resistência ao racismo, que, desde o período colonial, interpôs obstáculos ideológicos e culturais à afirmação plena de sua humanidade -a base das desigualdades de renda e de oportunidades que ainda vivenciam.

Assim, no atendimento a direitos básicos que articulam renda, acesso a serviços e inclusão produtiva, é preciso tornar visíveis e valorizar dimensões da pessoa e do universo afro-brasileiro que desempenham papel decisivo na conquista da autonomia. Todos somos humanos, e a resistência aos processos desumanizadores do racismo é, de longe, a maior contribuição dos negros à cultura brasileira.

*Luiza Bairros é ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Fala Tu Karl!!!!!!!


"A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores"
Karl Marx no Manifesto Inaugural da 1ª Internacional Comunista.

Osama e Obama

Estranho que a CIA, ao declarar que assassinou Osama Bin Laden, não tenha exibido o corpo, como fez à sobeja com outro "troféu de caça": Ernesto Che Guevara.

Bin Laden saiu da vida para entrar na história. Até aí, nada de novo. A história, da qual poucos têm memória, está repleta de bandidos e terroristas, cujos nomes e feitos quase ninguém lembra. Os mais conhecidos são o rei Herodes; Torquemada, o grande inquisidor; a rainha Vitória, a maior traficante de drogas de todos os tempos, que promoveu, na China, a Guerra do Ópio; Hitler; o presidente Truman, que atirou bombas atômicas sobre as populações de Hiroshima e Nagasaki; e Stálin.

O perigo é que Osama passe da história ao mito, e de mito a mártir. Sua morte não deveria merecer mais do que uma nota nas páginas interiores dos jornais. No entanto, como os EUA são um país necrófilo, que se nutre de vítimas de suas guerras, Obama transforma Osama num ícone do mal, atiçando o imaginário de todos aqueles que, por alguma razão, odeiam o imperialismo estadunidense.

Saddam Hussein, marionete da Casa Branca manipulada contra a revolução islâmica do Irã, demonstrou que o feitiço se volta contra o feiticeiro.

Desde 1979, Osama Bin Laden tornou-se o braço armado da CIA contra a ocupação soviética no Afeganistão. A CIA ensinou-o a fabricar explosivos e realizar ataques terroristas, movimentar sua fortuna através de empresas-fantasmas e paraísos fiscais, operar códigos secretos e infiltrar agentes e comandos.

"Bin Laden é produto dos serviços americanos", afirmou o escritor suíço Richard Labévière. Derrubado o Muro de Berlim, desde 1990 Bin Laden passou a apontar seu arsenal terrorista para o coração de Tio Sam.

O terrorismo é execrável, ainda que praticado pela esquerda, pois todo terrorismo só beneficia um lado: a extrema-direita. Na vida se colhe o que se planta. Isso vale para as dimensões pessoal e social. Se os EUA são hoje atacados de forma tão violenta é porque, de alguma forma, eles se valeram do seu poder para humilhar povos e etnias.

Há décadas abusam de seu poder, como é o caso da ocupação de Porto Rico; a base naval de Guantánamo encravada em Cuba; as guerras ao Iraque e Afeganistão, e agora à Líbia; a participação nas guerras da Europa Central; a omissão diante dos conflitos e das ditaduras árabes e africanas.

Já era tempo de os EUA, como mediadores, terem induzido árabes e israelenses a chegarem a um acordo de paz. Tudo isso foi sendo protelado, em nome da hegemonia de Tio Sam no planeta. De repente, o ódio irrompeu da forma brutal, mostrando que o inimigo age, também, fora de toda ética, com a única diferença de que ele não dispõe de fóruns internacionais para legitimar sua ação criminosa, como é o caso da conivência da ONU com os genocídios praticados pela Casa Branca.

Quem conhece a história da América Latina sabe muito bem como os EUA, nos últimos 100 anos, interferiram diretamente na soberania de nossos países, disseminando o terror. Maurice Bishop foi assassinado pelos boinas verdes em Granada; os sandinistas foram derrubados pelo terrorismo desencadeado por Reagan; os cubanos continuam bloqueados desde 1961, sem direito a relações normais com os demais países do mundo, e uma parte de seu território, Guantánamo, continua invadida pelo Pentágono.

Nas décadas de 1960 e 70, ditaduras foram instauradas no Brasil, na Argentina, no Chile, no Uruguai, na Bolívia, na Guatemala e em El Salvador, com o patrocínio da CIA e sob a orientação de Henry Kissinger.

Violência atrai violência, dizia dom Helder Câmara. O terrorismo não leva a nada, exceto a endurecer a direita e suprimir a democracia, levando os poderosos à convicção de que o povo é incapaz de governar-se por si mesmo.

Vítimas inocentes não podem ser sacrificadas para satisfazer a ganância de governos imperiais que se julgam donos do mundo e pretendem repartir o planeta como se fossem fatias de um apetitoso bolo. Os atentados de 11 de setembro de 2001 demonstraram que não há ciência ou tecnologia capaz de proteger pessoas ou nações. Inútil os EUA gastarem trilhões de dólares em esquemas sofisticados de defesa. Melhor seria que essa fortuna fosse aplicada na paz mundial, que só irromperá no dia em que ela for filha da justiça.

A queda do Muro de Berlim pôs fim ao conflito Leste-Oeste. Resta agora derrubar a muralha da desigualdade entre Norte-Sul. Sem que o pão seja nosso, nem o Pai e nem paz serão nossos.


Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de "Conversa entre a fé e a ciência" (Agir), entre outros livros.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Da Idade Média à Barbárie - Das crônicas da decadência do Império

Por *Bruno Linhares

A contribuição da Al Qaeda e das táticas terroristas dos setores mais radicalizados do wahabismo às causas conversadoras e à própria contraofensiva do Império não foi pequena. Seu mais destacado ato militar – a derrubada das Torres Gêmeas em Nova York no qual mais de 3.000 civis morreram, ocorreu em um período em que crescia a mobilização, nos países centrais e na periferia, contra as políticas neoliberais.

Nesta época ainda não havia se consolidado na América Latina o atual polo ativo contra o neoliberalismo. Mas as forças populares de democráticas buscavam se reorganizar a partir da realização de Fóruns Sociais Mundiais e inauguravam uma crescente ação com setores radicalizados para se opor as políticas e ações antipopulares, dominantes a partir da década de 1990. Grandes manifestações e marchas, como a Batalha de Seattle em 1999, entre outras, traziam esperanças de que finalmente teríamos reação de massas contra o triunfalismo liberal.

O clima político rapidamente se alterou a partir deste ato terrorista em Nova York. Sob o pretexto de Guerra ao Terror, o Governo norte-americano e seus aliados rearticularam a agenda conservadora e buscaram utilizar a xenofobia e o ultranacionalismo como cortina de fumaça para esconder as verdadeiras causas dos problemas dos trabalhadores e dos povos. Até hoje esta estratégia de criminalização de imigrantes, em particular os muçulmanos, tem grande audiência e segue como pedra fundamental do conservadorismo nos países do Capitalismo Central.

As teses e ações do radicalismo wahabita, com cor, textura e cheiro medievais, nada de bom trouxeram às causas progressistas. Mas o Império, com seu último ato de violência no assassinato a sangue frio de Osama Bin Laden, regride à esfera da Barbárie. Não há justificativa ou amparo nas leis internacionais a uma operação unilateral em território de outro país e ainda menos para o assassinato de um combatente desarmado e rendido. É notável a semelhança com os assassinatos de Che Guevara e de Patrice Lumumba, em todos os outros aspectos personagens muito diferentes de Bin Laden.

Agora, o Império desnuda-se dos véus de hipocrisia e assume a ação direta em um assassinato, quando antes o fazia por intermédio de regimes fantoches. Trata-se de um processo de decadência. As leis e os organismos internacionais que julgaram e julgam crimes de Guerra, no qual se inscrevem as nefastas ações da Al Qaeda, não servem ao Governo norte-americano, que deseja “fazer a justiça pelas próprias mãos” em ritos sumários e sangrentos.

A desfaçatez e o descompromisso com os Direitos Humanos tem continuidade com a sinistra discussão da contribuição da tortura de prisioneiros para o “sucesso” da operação. Altos funcionários e ex-funcionários debatem o tema pela imprensa, sem a menor vergonha. Neste debate, chegamos a saber que determinado prisioneiro foi submetido “183 vezes ao afogamento simulado” ao longo do seu período de detenção. Exatidão que nos faz lembrar as práticas estatísticas nos campos de concentração nazistas.

As pessoas de bem e as forças democráticas e progressistas mundo afora não podem se furtar à condenação desta operação, que se insere em um quadro de desrespeito às leis internacionais junto com a manutenção da prisão de Guantánamo e de outras práticas da estrutura repressiva do Governo norte-americano. Se as ações terroristas contra civis são extremamente condenáveis, venham elas da parte de grupos insurgentes ou de Estados, também as ações militares tem regras e normas. Isto é uma conquista da civilização, agora ameaçada.


*Bruno Linhares é filiado ao PT e membro da coordenação estadual da Democracia Socialista do RJ.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fala tu!!! Minha opinião sobre a União Homoafetiva

Abri meu email agora pela manhã e um grande companheiro da esquerda, que é muito ligado a Igreja Católica me fez a seguinte pergunta: "Sem discriminação, mas o que deus acha dessa união do mesmo sexo que tramita no STJ? E nós? O que fazemos?"



P........ q... P......



Respeito muito esse compa, mas me cossei muito e não pude deixar de respondê-lo. Tá aí embaixo.



"O que Deus acha eu não posso te afirmar. Mas o que eu acho é que essa pauta precisa de urgência para ser discutida e votada, pois não é porque o "camarada pode fazer o que quiser com seu corpinho" (como disse o Bolsonaro) que ele não possa ter os mesmos direitos de uma casal heterossexual. O cara ser gay não é motivo para ele ser oprimido pelo resto da vida.

Não há nada demais com a união civil entre pessoas do mesmo sexo - união homoafetiva. Ela vem pra combater a opressão existente na estrutura da sociedade brasileira, que é preconceituosa e discriminatória não só com os gays, mas também com os negros, índios e as mulheres. Hoje são efetivadas políticas públicas para todos os segmentos sitados, com exceção dos gays; então o que o Estado está tentando consolidar diversas políticas púbilcas para combater todas as formas de opressão existentes na sociedade brasileira - impulsionadas em grande parte pelos setores mais elitistas, conservadores e reacionários do país.

O "casamento gay" vem a oficializar milhares de uniões já existentes no Brasil, conforme já foi revelado pelos dados do último censo. Como o "casamento gay" não é legalizado no Brasil, essas milhares de pessoas que hoje vivem em união homoafetiva sem reconhecimento do estado não podem sequer compartilhar alguns benefícios de seus(as) companheiros(as) conforme previsto na Constituição como: seguro de vida, plano de saúde, herança e outros.

Por isso que sou a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Precisamos combater as formas de opressão existentes, efetivando essas políticas públicas em políticas do Estado.


Agora, eu acho que Deus não ama somente os heterossexuais. Acho sim que Ele ama a todas as pessoas honestas sinceras e que querem o bem do próximo.

Eu também acho que Deus não deve é estar gostando da falta de postura da CNBB e do Vaticano para investigar os casos de pedofilia cometidos por sacerdotes católicos no Brasil e no resto do mundo.



Outro projeto que também precisamos nos apropriar da discussão é o que torna a homofobia um crime. Mas isso é um outro debate; não menos importante do que esse"

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Happy Hour do PT em Angra!!! Dia 05/06!!!!!!

Pra quem quer bater um bom papo com @s companheir@s de militância e ouvir uma boa música, estamos convidando-o para estar conosco nesse ato de confraternização d@s petistas, amig@s e simpatizantes que já se tornou parte do nosso calendário; sendo realizado sempre às primeiras sextas feiras de cada mês.
Pela segunda vez, estaremos reunidos essa 6ª, dia 06/05, no restaurante Caiçara (antigo Dendecos), localizado na rua do comércio.
Vamos mobilizar os companheiros e companheiras para fazermos juntos uma festa vermelha!!!!!!!!!!!



Fala tu Lula!!! O que é o PT?


“O PT é um instrumento político que permitiu que milhões de pessoas, que até então apenas participavam da política de forma longínqua, participassem ativamente no PT. Acho que essa é a grande novidade política no Brasil.”

Fortalecer a UNE para disputar a juventude

Por Tiago Ventura, Joana Parolli, Clarissa Cunha e Estevão Cruz‏


A dinâmica econômica e social imprimida nas décadas de 80 e 90 do século passado produziu consequências materiais e culturais desastrosas para os e as jovens brasileiros. A falta de emprego, a miséria e a violência desagregaram os laços sociais e enfraqueceram a capacidade de organização e mobilização juvenil. A criminalização da política e dos movimentos sociais, a propagação do individualismo e do empreendedorismo descrente da construção de alternativas coletivas tornaram hegemônica uma cultura política adversa aos sonhos e utopias.

Ao mesmo tempo, esse processo coincidiu com a reconstrução da União Nacional dos Estudantes, através da sua atuação decisiva nas grandes lutas em que a juventude e a sociedade brasileira se envolveram, como por exemplo o processo de Impeachment do presidente Collor, a resistência ao projeto neoliberal e, posteriormente, ajudando a eleger e reeleger os governos democráticos e populares no Brasil.

Como consequência, interrompemos o avanço do neoliberalismo em nosso continente e iniciamos a construção de uma nova hegemonia democrática e popular, através de um programa de Revolução Democrática, que tem transformado a consciência do povo brasileiro, iniciado uma mudança na natureza do Estado brasileiro e alterado a correlação de forças no país. A terceira vitória consecutiva sobre as forças neoliberais expressam a força da atual consciência anti-liberal do povo brasileiro. Essa consciência é hoje mais nacional, popular, democrática, confiante e esperançosa no futuro.

Ao mesmo tempo, o Estado brasileiro começou a ser republicanizado, isto é, iniciou-se a redução da privatização e mercantilização das funções do Estado e passou-se a ampliar a esfera pública. O governo Lula foi de disputa e com enormes contradições, mas marcado por um profundo combate às desigualdades sociais e pelo esforço sistêmico de tornar a nossa sociedade mais justa e solidária, com a ampliação das políticas sociais e com o avanço, ainda que tímido, da democracia participativa.

O avanço dos direitos do trabalho, da cidadania e o ambiente democrático de relação com os movimentos sociais formam também uma nova correlação de forças mais favorável ao campo progressista.

A UNE em conjunto com as demais entidades do movimento social foram fortalecidas e ampliaram a sua ação na proposição e construção das políticas. Esse processo reforçou o peso, o papel e a legitimidade histórica da UNE como a principal entidade do movimento juvenil brasileiro.

Com isso, cresceu também o desafio de atualizar a sua plataforma política para a educação e para o país em geral e a sua forma de organização. A legitimação na sua base social fortalecerá a capacidade da UNE para mobilizar, enfrentar e construir alternativas nessa conjuntura plena de perspectivas para o socialismo democrático.

Construindo uma Nova Cultura Política

Como a maior parte dos movimentos sociais e do campo da esquerda, a UNE tem vivido as contradições de assumir a construção de uma nova hegemonia no país. Tendo estado grande parte da sua história numa posição de enfrentamento e oposição aos governos e à hegemonia dominante no país, estamos construindo uma nova identidade programática que ainda carece de maior legitimidade com o conjuntos dos/as estudantes.

O sentimento generalizado de que o movimento estudantil articula suas pautas a partir de interesses não reconhecidos pelos/as estudantes, organizando as disputas e o controle das entidades estudantis em função dos interesses partidários, tem relação com a cultura política neoliberal que estamos enfrentando e pretendemos superar. De fato, o movimento estudantil possui a característica, ausente na maior parte dos movimentos sociais, de vincular as suas lutas imediatas ao tempo histórico e à luta política realmente existente no país. Mas isso é uma virtude e não um desvio aparelhista.

As dificuldades de maior aproximação com a realidade da base tem a ver com a necessidade de democratização da UNE. A atuação da Kizomba no movimento estudantil tem sido decisiva no último período, no qual esse desafio começou a ser encarado mais firmemente pela entidade. Uma demonstração disso foi a aprovação dos Conselhos Fiscais e Editoriais, ainda em implementação. Além disso, a Kizomba vem defendendo e acreditamos que seja o momento decisivo da entidade assumir uma política de cotas que garanta a participação paritária de mulheres e homens na sua direção (pleno e executiva).

A tarefa de democratizar a UNE tem a ver com a perspectiva de socialização, vinculando a democratização da entidade ao objetivo estratégico de ampliar a sua legitimidade política perante o conjunto de estudantes e sua capacidade de intervir na atual conjuntura brasileira.

Nesse sentido, a organização dos Encontros de Mulheres Estudantes (EMEs) e dos Encontros de Negros, Negras e Cotistas da UNE (ENUNE) têm sido fundamental para que a entidade incorpore as novas agendas e se aproxime desses novos sujeitos políticos que têm se inserido na universidade com a democratização do ensino superior. Esses espaços devem ser fortalecidos e aprimorados como fórum próprio de debates, formação e auto-organização dos e das estudantes. A UNE também deve incentivar o surgimento de organização em outros temas, como do combate à homofobia, do meio ambiente.

Um outro espaço retomado a partir da força de pressão da Kizomba foram os Conselhos Nacionais de Entidades de Base. Os CONEB`s são fundamentais na ampliação da legitimidade da UNE, na perspectiva em que podem servir para que as pautas gerais apresentadas pela entidade estejam vinculadas com as demandas cotidianas e concretas dos e das estudantes. Além disso, têm sido o espaço prioritário para a elaboração recente da UNE no campo das políticas educacionais, como no caso do Projeto de Reforma Universitária e na recente discussão sobre o Plano Nacional de Educação.

A dinâmica dos fóruns da UNE, porém, têm demonstrado limitações por não conseguirem envolver e proporcionar a participação plena dos e das estudantes. Com isso, a formulação e construção dos espaços têm ficado excessivamente por conta das forças políticas. Por isso, é necessário um novo formato para os fóruns da UNE, tornando-os mais dinâmicos e participativos.

A apresentação de textos-bases pela direção da UNE, orientando o debate preparatório para os encontros, e o funcionamento efetivo dos Grupos de Discussão são apontadas por nós como soluções para essa renovação dos encontros e congressos da UNE.

É importante também reforçarmos o papel das campanhas e jornadas de luta para a construção de uma UNE militante e de massas. É através destes momentos que a entidade consegue expressar nas ruas as bandeiras construídas coletiva e democraticamente em seus fóruns.

Esses seriam passos fundamentais para que a UNE se fortaleça na base estudantil, construindo uma identidade militante e ganhando o conjunto de estudantes para os desafios da luta política. Fortalecida e legitimada pelos estudantes a UNE terá, consequentemente, mais força e capacidade de apresentar a sua plataforma política e educacional para interferir nos rumos do país.

As possibilidades abertas pela nova conjuntura

A democratização da estruturas e aproximação da UNE com o conjunto dos estudantes tem mais sentido quando reforçamos a concepção de que a nossa atuação no movimento estudantil deve estar concatenada com os desafios abertos pela conjuntura. Essa compreensão é que têm permitido à UNE apresentar uma intervenção qualificada nos temas da juventude e da sociedade.

A partir deste horizonte estratégico, e com base na maturidade e acúmulo histórico adquirido nos oito anos de Governo Lula, devemos compreender este início de governo Dilma como um momento de intensa disputa de rumos.

A UNE, em conjunto com os movimentos sociais e partidos do bloco democrático-popular, deve incidir neste processo e impulsionar a construção de uma nova hegemonia. Nesse sentido, elencamos algumas prioridades para a entidade no próximo período:

1) Plano nacional de educação: A UNE deve definir como centro da pauta educacional do próximo período a disputa em torno do Plano Nacional de educação, baseada na opinião de que a luta por mudanças no PNE é fundamental para caminharmos para a democratização da educação brasileira.

2) Repulicanização do Estado Brasileiro: É fundamental a mobilização do movimento estudantil para caminharmos em um processo consistente de republicanizar o estado brasileiro. Nesse caminho estão, em especial, as agendas da reforma política, do fortalecimento do SUS, da democratização dos meios de comunicação e do enfretamento ao capital financeiro.

3) 2ª Conferência Nacional de Juventude: Construir uma forte intervenção na 2ª Conferência Nacional de Juventude é um instrumento fundamental de aumento do protagonismo da entidade na disputa de rumos do País.

4) Movimentos Sociais: A reorganização da CMS é uma condição importante para a articulação dessas agendas. A nova correlação de forças criada a partir do governo Lula ampliou a capacidade de intervenção dos movimentos sociais, mas ainda existe a necessidade de um espaço permanente de articulação das nossas lutas.

5) Mulheres: A UNE deve organizar uma campanha evidenciando as agressões a que as mulheres estão submetidas. As mortes violentas, as campanhas publicitárias, a medicalização do corpo feminino, as calouradas são parte de uma nova face do machismo que reveste a feminilidade com um viés moderno e independente, mercantilizando a vida das mulheres. A partir da articulação com outros movimentos sociais, a UNE deve protagonizar essa campanha contra a violência contra as mulheres.

6) Negros e Negras: Retomada e aprofundamento da campanha pela aprovação das políticas de reserva de vagas com critério étnico-racial com vias a inclusão da população afrodescendente no ensino superior público.

7) Democratização da UNE: Fortalecer as experiências aprovadas no último Congresso da UNE de Conselho Editorial e Fiscal. No decorrer dos últimos dois anos, a entidade teve dificuldade de garantir o funcionamento destes espaços. No entanto, sua estruturação e funcionamento deve entrar como agenda importante do próximo período.

A unidade do campo democrático-popular na UNE

O avanço nas agendas propostas estão intimamente ligadas com o fortalecimento da UNE. A entidade fica mais forte, amplia sua legitimidade social e aumenta sua capacidade de intervir nos rumos do país a cada vitória conquistada. A Kizomba está entre aqueles e aquelas que entende o transcrescimento das lutas da juventude brasileira e o fortalecimento da UNE como um processo vigoroso e dialético, por isso, ao mesmo tempo em que avançamos nas políticas da entidade ampliamos nossa capacidade de disputa da hegemonia no Brasil.

Estamos entre aqueles e aquelas que entendem a unidade programática em torno do avanço do programa da revolução democrática no Brasil como um instrumento marcante de uma nova cultura política no movimento estudantil. Por isso, defendemos a necessidade de fortalecermos o campo democrático e popular na UNE como a tática mais acertada diante dos desafios de democratizar a UNE e de fortalecer seu papel protagonista na disputa de rumos do país.

A construção do campo democrático popular na UNE é fundamental para consolidarmos a derrota da política neoliberal no Brasil, avançar nas conquistas na área educacional e nas conquistas cidadãs e democráticas iniciadas no último período. Tal unidade também avança na ofensividade e reorganização colocada hoje aos movimentos sociais no Brasil e fortalece nossa entidade enquanto impulsionadora desse campo político e social.

A Kizomba se prõpoe a ser a cada dia mais parte deste processo de transformação. Por isso, ampliamos nos últimos anos nossa presença e nossa responsabilidade com a atuação na UNE e nas diversas entidades do movimento estudantil brasileiro. Neste sentido, construiremos de forma cotidiana as agendas propostas como desafios para a UNE no próximo período. Os desafios do movimento estudantil e da UNE são cada dia mais os desafios da Kizomba.


Tiago Ventura é Vice Presidente da UNE, Joana Parolli é Diretora de Universidades Privadas da Executiva da UNE,
Clarissa Cunha é Secretária Geral da UEE-RJ e Estevão Cruz é Diretor de Assistência Estudantil da UEE-MG

terça-feira, 3 de maio de 2011

Diretório Nacional do PT aprova Resolução sobre Reforma Política

RESOLUÇÃO SOBRE A REFORMA POLÍTICA

REFORMA POLÍTICA PARA UM BRASIL MAIS DEMOCRÁTICO

Pela terceira vez na última década, o Congresso Nacional coloca agora em pauta a discussão da reforma do sistema político e eleitoral brasileiro. A conjuntura atual levanta a possibilidade de que a reforma política possa ter alguns avanços significativos. São sinais disso: os resultados favoráveis da Comissão Especial de Reforma Política no Senado, as perspectivas promissoras da Comissão Especial na Câmara, as articulações de partidos de esquerda e centro-esquerda, as movimentações nos outros partidos, as manifestações de entidades, movimentos e personalidades influentes na sociedade, a disposição do companheiro Lula de se dedicar intensamente ao tema.

O atual sistema contém virtudes que precisam ser preservadas, entre elas o sistema de proporcionalidade nas eleições parlamentares, o voto obrigatório, a ausência de cláusula de barreira. Possui distorções que precisam ser corrigidas, entre elas a sub-representação de mulheres, de negros e de outros largos segmentos da sociedade; o enfraquecimento dos partidos políticos; as distorções na representação popular no plano federativo que não atendem ao princípio de “uma pessoa, um voto”; a falta de limitação do número de mandatos legislativos; a atribuição de câmara revisora em todas as questões ao Senado; o excessivo tempo de mandato e de número de senadores por estado e a forma de eleição de seus suplentes. Possui vícios que precisam ser eliminados, como o financiamento privado que superpotencializa a influência do grande capital na política e que favorece a corrupção.

O Diretório Nacional do PT entende que devem, o partido e suas bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, concentrar-se especialmente na defesa: do financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais; do voto em lista partidária preordenada no sistema proporcional, garantindo a representação paritária das mulheres e objetivando o recorte étnico-racial; da fidelidade partidária; das medidas que promovam e facilitem a participação popular no processo político, como as leis de iniciativa popular, plebiscitos, referendos, a institucionalização de conselhos, conferências, orçamentos participativos.

A Comissão Executiva Nacional e as Bancadas na Câmara e no Senado ficam mandatadas para monitorar as negociações partidárias, as mediações parlamentares, e as decisões necessárias à conquista dos maiores avanços possíveis nesta conjuntura. O Diretório Nacional orienta a Comissão Executiva Nacional, suas bancadas no Congresso, e a Fundação Perseu Abramo, a formar uma Comissão Nacional do PT pela Reforma Política, que deverá auxiliar, para este objetivo, na articulação de todas as frentes de ação do nosso partido, na relação com os outros partidos e forças sociais, com a presidenta Dilma, e com o ex-presidente Lula.

É condição para o êxito desta reforma a mobilização de todas as forças que buscam o aprimoramento da democracia brasileira. O PT contribuirá neste sentido organizando eventos pela reforma nos estados e municípios, preferencialmente em ação conjunta com outras forças políticas e sociais. O Diretório Nacional recomenda a todos os diretórios estaduais, municipais, zonais e aos setoriais do partido que realizem debates e organizem em seu âmbito a campanha sobre a reforma política que queremos, e recomenda a seus filiados que participem dos debates que serão realizados nos estados pela comissão especial de reforma política da Câmara dos Deputados. Os parlamentares do PT em todos os níveis, as lideranças partidárias na sociedade, os articulistas nas diversas mídias, com destaque para as redes sociais na internet, dedicarão ao tema pronunciamentos e manifestações. Atenção especial será dada às articulações com as centrais sindicais, com as entidades que participam da Coordenação dos Movimentos Sociais, com as organizações de mulheres, da juventude, de combate ao racismo. Nossa meta é que seja criado na sociedade um forte movimento popular que desemboque em manifestações públicas pelo país, ao mesmo tempo em que se desenvolvam as articulações e os consensos possíveis com as bancadas parlamentares na Câmara e no Senado, com os partidos políticos, com as fundações destes partidos.

Devemos também neste momento repudiar as tentativas de retrocesso em nosso sistema político e eleitoral, como aquelas que propõem o distritão e o sistema distrital, que são formas de exaltar individualidades, enfraquecendo os partidos, ou de encarecer ainda mais as campanhas eleitorais.

Mais que antes, as condições são favoráveis para, com esta reforma, conquistar avanços na democracia brasileira.


Diretório Nacional do PT
Brasília, 30 de abril de 2011.