quarta-feira, 27 de julho de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

Blog - Entrevista Clarissa Alves da Cunha

Quem fez o atentado na Noruega ? O pessoal do Serra sabe

Por Cledisson Junior

O autor do atentado em Oslo, na Noruega, se diz fundamentalista cristão, contra os imigrantes, e membro de uma organização de extrema direita. Algumas das vítimas participavam de um encontro de uma organização de trabalhistas.
Nos Estados Unidos, o New York Times fez imediatamente essa leitura política do gesto enlouquecido e deixou claro que se tratava de um cristão de extrema direita. O que, associado à xenofobia, pode contaminar a Europa. O El País da Espanha enfatiza o caráter xenófobo, antimuçulmano do assassino.
Na página da BBC online, se sabe: "O assassino participava de um fórum neonazista na internet." Ele acredita que os muçulmanos querem colonizar a Europa Ocidental e culpa as idéias “multiculturalistas” e do “Marxismo cultural” por incentivar isso. Para ele não há um único país em que muçulmanos vivam em paz com não-muçulmanos. E isso sempre tem consequências catastróficas, diz ele.
Ele se considera cristão, conservador, adepto da musculação e da Maçonaria. É fã do presidente russo Vladimir Putin. Nos Estados Unidos, esse extremismo de direita, xenófobo, se acolhe no leito macio no movimento Tea Party que tem como símbolo mais exuberante, hoje, a deputada republicana por Minnesota, Michele Bachmann.
Ela é homofóbica, xenófoba, não votará na ampliação do teto para endividamento dos Estados Unidos em hipótese alguma, considera o aquecimento global uma fraude, e acha que uma das opções para negociar com o Irã é jogar uma bomba atômica.
Bachmann pertence a uma denominação luterana e, com o marido, dirige uma clinica de aconselhamento psicológico, que, entre outras atividades comerciais, se propõe a converter homossexuais ao heterossexualismo.
Quem aqui no Brasil, segundo o professor Wanderley Guilherme dos Santos, se apropriou da doutrina da extrema direita? Quem explorou o aborto e chamou o Papa para a campanha? Quem foi a cultos evangélicos passar a mão da cabeça (a outra mão empunhava a Bíblia) de manifestantes homofóbicos? Quem pôs nos bolivianos a culpa pela tragédia da cocaina e do crack? Quem disse que a baixa qualidade da educação em São Paulo se deve aos “migrantes”? Quem trouxe o Irã para a campanha presidencial e criticou uma política de envolvimento e negociação? Quem foi ao Clube da Aeronáutica do Rio denunciar a marxista Dilma Roussef?
Quem? É preciso dar nome aos bois.
Na Noruega, ele se chama Anders Behring Breivik.
Nos Estados Unidos, Michele Bachmann.
No Brasil, José Serra.

Clédisson Júnior

Nota de solidariedade à juventude européia contra a intolerância e o racismo






No dia 23, a polícia da Noruega divulgou informações sobre o atentado na sede do governo e o tiroteio em uma ilha de Oslo,com pelo menos 91 mortes. Também divulgou que na ilha de Utoeya, na periferia da capital, um atirador abriu fogo em um acampamento de verão de jovens do Partido Trabalhista, com cerca de 700 participantes. A polícia afirmou que foram encontrados explosivos não detonados na ilha.Os dois ataques, segundo Sveining Sponheim, vice-chefe da polícia, têm conexão.

A juventude do PT divulga esta nota na intensão de declarar sua solidariedade à juventude européia, em especial, à juventude do Partido Trabalhista da Noruega que reuniu-se em um acampamento de verão preparatório para o Festival Internacional da IUSY – União Internacional das Juventudes Socialistas, que terá início na próxima semana do qual a Juventude do PT também participa com representante.

Atentados na europa contra organizações de jovens progressistas representa a presença da intolerância e do racismo na sociedade européia, pois estes jovens organizados lutam por condições de igualdade aos imigrantes e a todas as culturas em seus países e repudiam a violência e os maus tratos.

A juventude do PT repudia os ataques e está na luta em solidariedade internacional contra o racismo e a intolerância.

Juventude do PT

Uma nova geração para o PT governar os municípios

Valdemir Pascoal*

Nas eleições municipais de 2012, o PT precisa incluir a importância dos jovens, como o ex-presidente Lula já havia pedido no final de 2010 em reunião com a Executiva Nacional, nas agendas e resoluções do partido.

Precisamos demarcar que a quantidade inédita de jovens na população do Brasil, a maior da história, deve ser central para as políticas do governo Dilma, e inclusive já conseguimos emplacar uma jovem petista à frente da Secretaria Nacional de Juventude, companheira Severine Macedo, mas já é hora do PT pensar também que é no município que os 52 milhões de jovens brasileiros que podem potencializar nosso crescimento econômico com distribuição de renda desenvolvem a sua trajetória pessoal. E serão neles que a nossa população começará a envelhecer, ter mais gente sustentada pelo estado do que produzindo, previsto para 2020/2030.

Por isso, é urgente formular políticas específicas para as cidades e territórios, para além dos convênios com ações, projetos e programas de âmbito federal.

É nos municípios, os jovens demandam equipamentos públicos para o esporte, cultura e lazer, para terem um tempo livre saudável e propício às experimentações características dessa fase da vida, sem a qual não podem planejar sua vida.

É nos municípios que os jovens, destacadamente os das favelas, baixadas e periferias, encontram graves entraves à sua mobilidade para o estudo, trabalho e lazer.

É nos municípios, com suas especificidades que acontece o extermínio da juventude negra e pobre e a violenta homofobia que estampa o grande noticiário. É no município que as jovens mulheres engravidam, outros se drogam e caem no crime e a depender do porte, moral e economia da cidade conseguem ou não retornar a uma vida social digna.

O Mapa da Violência, que abarca principalmente jovens, que são os maiores cometedores e vítimas de violência e mortes por causas externas, se alguém se dedicar e ler com delicadeza, para além de percentuais, é dividido exatamente por...Municípios.

Os grandes investimentos públicos e privados prioritários que a atual geração demanda não se materializam nos rendimentos das bolsas de valores, mas em obras e serviços construídos em cidades.

Para ficar só nesses exemplos.

2012 é um ano eleitoral que favorece candidatos mais de base, lideranças de movimentos sociais, comunitários. Portanto, é uma oportunidade para promover o processo de renovação dos quadros e lideranças do PT, promover as novas gerações que dirigirão o partido. Nossas grandes e valorosas lideranças já tem 60 anos, são os fundadores do PT, tem uma renovação importante que precisa ser valorizada e preparar já os que estão vindo, os jovens de hoje do PT, que tem mostrado capacidade de assumir o partido e que tem pensado os grandes temas do Brasil.

Temos hoje um percentual grande votos para deputado, temos a presidência da república e temos estados e grandes cidades, então o maior desafio agora é se enraizar nos municípios. Com os votos que o PT tem e a nova base social surgida pelo crescimento econômico, Bolsa-Família e aumento do salário mínimo, não dá mais para não sermos os mais expressivos em número de prefeituras.

Para dar conta disso, é fundamental que o PT invista em candidatos jovens às câmaras municipais e prefeituras em 2012, pois só o investimento em novas lideranças conseguirá gerar a capacidade do partido em governar milhares de pequenas e médias cidades Brasil a fora, ampliando o leque de dirigentes, parlamentares e gestores municipais.

Em todo ano eleitoral municipal uma grande quantidade de jovens se apresenta para se lançar à vereança ou às prefeituras e na maioria das vezes não obtêm apoio ou sequer são levados a sério, desperdiçando centenas de lideranças.

Por todas as questões relacionadas, acredito que não tem mais como a juventude passar por invisível nos debates, reuniões e encontros que o PT organizará com os diretórios municipais e zonais, além de prefeitos e vereadores para planejar sua participação nas eleições de 2012.

*Valdemir Pascoal é secretário nacional de Juventude do PT.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

52º CONUNE: JPT mostra sua força no movimento estudantil


A União Nacional dos Estudantes (UNE) finalizou o maior Congresso de sua história neste domingo (17), elegendo o jovem Daniel Iliescu, do Rio de Janeiro, como seu novo presidente.

Oito mil estudantes de todo o Brasil participaram do Congresso em Goiânia, que em sua etapa preparatória nos estados reuniu os votos de mais de 1,5 milhão de alunos de universidades públicas e particulares. Houve, no total, votação em 97% das universidades de todo o país.

A chapa de Iliescu, "Movimento estudantil unificado para as mudanças do Brasil", foi eleita com 2,369 mil votos, o que representa 75,4% dos votos dos 3.138 delegados credenciados que votaram no 52º Congresso. Concorreram também as chapas, "Oposição de Esquerda" (18,5% - 581 votos), "MUDE - Movimento UNE democrático" (5,8% 183 votos) e "Por uma nova UNE" (0,1% - 5 votos).

As ruas de Goiânia foram tomadas por bandeiras, camisetas e o manifesto da JPT ao 52º Conune. A Direção Nacional da JPT, juntamente com a secretaria municipal de Goiânia, também organizou uma tenda na Praça Universitária, que recebeu várias visitas de lideranças petistas, como o deputado estadual Mauro Robem, o ex-deputado e preso político Gilney Viana e o presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão. Eles trataram da importância da juventude se envolver nas discussões e mobilizações que envolvem a Comissão da Verdade, proposta pelo governo.

Com aproximadamente 1.000 delegados eleitos e 733 delegados presentes na plenária final do Congresso da UNE, a Juventude do PT manteve sua representação na vice-presidência e 4 membros da executiva, totalizando 23% da dos votos.

O Secretário Nacional de Juventude do PT, Valdemir Pascoal, ressaltou a grande mobilização dos jovens petistas. "Precisamos nos preparar para debater os grandes temas do país, como a reforma política, nas bases, nas universidades e salas de aula, fortalecendo a UNE e os movimentos sociais", disse. Para ele, "a pluralidade de opiniões do PT é a maior riqueza do partido e o importante é ampliar cada vez mais a capacidade da JPT em influenciar nos rumos da entidade".

Balanço da Gestão da UNE 2010 - 2011

Fala tu!!! Aninha Pimentel via "face" pra Clarissa Cunha

"Nítida democratização da entidade, incorporando novos debates, realizando novos espaços, como EME, ENUNE . A entidade saiu fortalecida, com unidade na defesa de 10% da PIB para a educação.E o movimento kizomba é parte fundamental dessa nova cara da entidade,elegemos Clarissa Alves da Cunha vice-presidente e Estevão Cruz, nosso mineiro, para a executiva. Parabéns dupla!!!! Vo​cês são um sucesso!!!!"


Ana Pimentel é Secretária da Juventude do PT-MG, militante do Movimento Kizomba e ex Diretora de Mulheres da UNE 2007-2009.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Kizomba - Clarissa da Cunha na Defesa de Chapa do 52º CONUNE

Brasil não pode ser 7° em economia e 88° em educação, afirma UNE



Novo presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, defende que Congresso mude proposta do governo e fixe em 10% do produto interno bruto (PIB) meta de investimentos em educação, para combater contradição entre a força da economia brasileira e a posição do país no ranking mundial da educação. Em entrevista à Carta Maior, Iliescu critica política econômica adotada pelo gestão Dilma Rousseff nos seis primeiros meses, elogia postura da presidenta de 'tolerância zero' com corrupção e garante que UNE terá 'independência' do governo federal.

André Barrocal

BRASÍLIA – O Brasil ostenta hoje uma “desproporção” entre a força de sua economia e seus níveis educacionais que o Plano Nacional da Educação (PNE) 2011-2020 precisa ajudar a combater. É a sétima economia do mundo, posição tomada recentemente da Itália, mas, ao mesmo tempo, ocupa só a 88ª posição no ranking das Nações Unidas na área da educação.

Para o novo presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, a superação da contradição exige que o Congresso Nacional mude o PNE proposto pelo governo e fixe em 10% do Produto Interno Bruto (PIB), e não em 7%, a meta de investimentos públicos na área - hoje o patamar é de 5%, segundo o ministério da Educação. E que a meta seja atingida até 2014, fim do governo Dilma Rousseff, e não apenas em 2020.

“10% do PIB é uma bandeira muito poderosa. Não é só do movimento educacional, tem relação com o projeto de futuro que a gente quer debater para o Brasil”, diz Iliescu, eleito para um mandato de dois anos neste domingo (17/07), último dia do 52° Congresso Nacional da UNE, realizado em Goiânia (GO).

Estudante de sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Iliescu, de 26 anos, é filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que comanda a UNE há tempos. Ele representa a continuidade de uma gestão que costuma ser acusada por opositores de Dilma e do ex-presidente Lula de adesista ao governo federal.

Em entrevista à Carta Maior, Iliescu diz que a UNE tem e seguirá tendo independência em relação ao governo, com o qual se relaciona por “obrigação” de defender os interesses da classe estudantil, e aponta a divergência no PNE como exemplo de autonomia.

Ele também faz uma avaliação dos seis primeiros meses do governo Dilma, com críticas à política econômica (ajuste fiscal e aumento de juro “preocupam muito”) e elogio à postura política da presidenta (há “tolerância zero com corrupção”). E fala sobre erros e acertos da gestão do ministro da Educação, Fernando Haddad.

A seguir, o leitor confere a íntegra da entrevista.

Sua eleição representa a continuidade de uma gestão que adversários do governo chamam de chapa-branca. A UNE é chapa branca?

Daniel Iliescu: A nossa gestão vai procurar, em primeiro lugar, ter uma relação de independência com o governo federal. É uma relação que a UNE desenvolve historicamente com todo e qualquer governo. A UNE tem obrigação de se relacionar com os governos, em respeito aos interesses dos estudantes pelos quais ela luta. E as principais opiniões que a gente tem levantado, as principais campanhas em que a UNE tem apostado, são opiniões de dissenso em relação ao governo. Em especial, nossa abordagem ao Plano Nacional de Educação, que é um assunto que a UNE discute há algum tempo, desde a Conferência Nacional de Educação de 2010. A UNE defende [investir em educação] 10% do PIB até 2014, contrastando e criticando a proposta do governo federal de 7%. Então, apesar dessas opiniões de alguns adversários do governo federal, de caricaturar a ação do movimento estudantil, a gente consegue passar muita confiança para a sociedade brasileira de que é função da UNE ter independência e pressionar o governo federal a ter mais compromisso com o país.

O PNE vai ser, na sua gestão, o principal ponto de reinvindicação e de negociação no nível federal?

Daniel Iliescu: Pelo menos nessa largada da gestão, vai ser a prioridade. É a principal discussão que o Brasil faz sobre educação de dez em dez anos. A gente apresentou, junto com a UBES [União Brasileira dos Estudantes Secundaristas], cerca de 60 emendas ao projeto na comissão especial da Câmara dos Deputados. E vamos convocar os estudantes brasileiros a se unir ao movimento social e à sociedade civil organizada para construir, no fim de agosto, uma grande jornada nacional de lutas sobre o PNE. Mas a gente espera que o PNE não seja a única pauta da gestão.

Você acha que há condições de, fazendo pressão no Congresso, convencer o Executivo a ampliar de 7% para 10%?

Daniel Iliescu: 10% do PIB é uma bandeira muito poderosa, que pode se tornar a bandeira de todo o país, não é uma bandeira corporativa, só do movimento educacional. É uma bandeira que tem relação com o projeto de futuro que a gente quer debater para o Brasil. O Brasil vive uma oportunidade ímpar de desenvolvimento econômico, ultrapassou a Itália e é a quinta economia do mundo. No entanto, a ONU, pelo seu braço que é a Unesco, que mede níveis educacionais de vários países como taxa de analfabetismo e acesso à universidade, coloca o Brasil na posição de número 88. É muito desprorporcional hoje o Brasil em termos de suas possibilidades econômicas e o Brasil em termos de educação que oferece à população. O Brasil precisa ampliar de forma robusta o financiamento. O PNE aprovado em 2001 já apontava a necessidade de investir 7% do PIB até 2010 e isso não foi cumprido pelos governos na última década.

Quer dizer, já é uma meta defasada...

Daniel Iliescu: É uma necessidade defasada. O Brasil vive um bônus demográfico de 50 milhões de jovens, precisa aproveitar essa geração e investir de forma mais robusta para poder financiar o que a gente entende que seja uma revolução na educação brasileira, que vai desde o combate ao analfabetismo, a valorização dos professores em todos os níveis de ensino, até a produção de tencologia de ponta, de pesquisa nas universidades. Só uma ampliação desse patamar [de investimento em educação] para no mínimo de 10% do PIB, e a gente propõe que isso seja feito até 2014, com o aumento de 1,25% ao ano, é que a gente consegue enfrentar os desafios e superar as desigualdades que o Brasil historicamente tem constituído.

E qual será a prioridade em 2012, depois do PNE?

Daniel Iliescu: O grande desafio que a gente quer assumir é de se associar ao que tem de melhor no pensamento brasileiro, melhor do pensamento acadêmico, do pensamento político, jornalístico, da sociedade civil organizada, para debater o Brasil na década, debater os rumos do desenvolvimento brasileiro. A UNE se pauta há 74 anos por um projeto de desenvolvimento que seja democrático, soberano, ambientalmente sustentável. E achamos que um debate sobre os destinos da educação faz parte sobre esse grande debate sobre os rumos do país. O nosso congresso discutiu temas que vão desde economia até meio ambiente, que vão desde política até sexualidade. Existe uma pauta extensa, que interessa aos rumos do país. Este ano mesmo, o Brasil já vive um processo de conferência nacional de juventude, as suas etapas municipais, a etapa nacional vai ser daqui a alguns meses. Então, vamos fazer um esforço de dar opinião sobre tudo o que diz respeito à juventude, de exercer diálogo com a sociedade e pressão sobre o governo no Congresso para aprovar o que for de interesse da juventude brasileira.

Qual sua avaliação do primeiro semestre do governo Dilma?

Daniel Iliescu: O governo foi eleito interpretando a vontade da grande maioria dos brasileiros de aprofundar mudanças no país. Mas houve até agora algumas sinalizações contraditórias, especialmente no âmbito econômico, que, na nossa opinião, vão contra este interesse de aprofundar o desenvolvimento e mesmo da pauta que foi aprovada pela maioria dos brasileiros. Alguns exemplos disso? O corte no orcamento de R$ 50 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões da educação. A política de constante subida dos juros, que pode travar o investimento no país, não beneficia as forças produtivas brasileiras. O próprio dólar sobrevalorizado pode acarretar um risco de desindustrialização. Então, a gente observa com muita preocupação esse início de governo. Mas mantendo expectativa também na capacidade de diálogo, no aprofundamento da democracia para que a sociedade organziada possa influenciar nesses rumos e ajudar o Brasil daqui para frente.

E do ponto de vista político? É um governo que, em seis meses, perdeu dois ministros por denúncias de desvios éticos...

Daniel Iliescu: A gente obviamente, como toda a sociedade brasileira, fica consternada e quer fazer pressão para que os mandatários sejam honestos, a gente fica indigando com todo e qualquer envolvimento em corrupção. Mas a ação da presidenta Dilma até aqui foi muita assertiva. Ela passou uma certa segurança à população brasileira de que a tolerância será zero com todo e qualquer caso de corrupção. Ficamos também na expectativa para ver se o Brasil finalmente consegue republicanizar mais a sua relação com o poder público, que é uma expectativa de toda a sociedade. Isso se relaciona também com o debate sobre reforma política, que alguns atores têm entendimento de que é fundamental para o país. Nós também temos uma expectativa grande de que medidas como a reforma política possam moralizar mais a vida pública.

Especificamente sobre o ministro da Educação, Fernando Haddad, qual a sua avaliação?

Daniel Iliescu: Em primeiro lugar, foi uma gestão com um grau bastante razoável de diálogo, que é uma postura importante no Ministério do Educação. Não temos do que reclamar deste ponto de vista. É também uma gestão com vitórias importantes e alguns limites importantes a serem considerados também. Entre as vitórias, eu citaria a ampliação do acesso à universiade. A gente realizou no Congresso da UNE um ato para comemorar a marca de 1 milhão de estudantes beneficiados pelo Prouni. E não são quaisquer estudantes, são de baixa renda, que ganham de um a três salários mínimos, é um dado a ser comemorado pelo país, talvez seja um dos maiores programas de inclusão educacional de todo o continente. No entanto, existem alguns limites importantes. O próprio limite do financiamento, em que pese na gestão do Haddad ter tido sempre uma trajetória ascendente, mas achamos que é um ritmo ascendente ainda muito tímido, não é compatível com as necessidades do Brasil.

Fala tu!!! Clarissa Cunha


"Parabéns a todo Movimento Kizomba por todo sucesso do 52º Congresso da UNE! Toda vítoria deste congresso é fruto da militância aguerrida, antimachista, antirracista, antihomofóbica, anticapitalista construída por toda/os nós no dia dia de nossa militância em nossas as universidades pelo Brasil. Viva a Kizomba e a revolução democrática! Parabéns a toda/os nós!"

Clarissa Cunha, militante Feminista e Internacionalista do Movimento Kizomba, foi eleita vice presidente da UNE durante o 52º CONUNE, realizado no último findi em Goiânia-GO.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O PT COMO PARTIDO NEGRO

por Afonso Florence


O Brasil é resultado da colonização, parte do processo de constituição e mundialização do capitalismo no período da acumulação primitiva. Até 1822 não havia um Estado brasileiro, pelo contrário, as capitanias hereditárias eram parte do império colonial português. Nos seus primórdios, os colonizadores escravizavam, ou matavam as populações autóctones. Logo em seguida estruturou-se o regime escravista nas terras ocupadas pelo império português na América.
Durante mais de três séculos, o tráfico internacional de escravos incentivou guerras entre povos africanos, desestruturou sociedades, seqüestrou e transportou para as Américas milhões de pessoas escravizadas, a maior diáspora já registrada na história da humanidade. O comércio internacional de escravos e a escravidão nas Américas, e em particular no território do império português na América, alimentou o capitalismo mundial e financiou a prosperidade européia.
Após a independência constituindo-se o Império do Brasil, configurou-se uma formação social que tinha o trabalho escravo como base econômica, a propriedade fundiária como monopólio da Coroa, até 1850 quando surge a Lei de Terras, a plantação de monoculturas, em especial de cana e de café, e a mineração, como base produtiva. Um sofisticado aparato jurídico e político, e a organização da burocracia administrativa imperial ordenou a mais nova monarquia constitucional do ocidente, herdeira de algumas das mais influentes famílias monárquicas européias, antecessora do Estado nacional brasileiro. O regime escravista brasileiro, perfeitamente integrado no sistema capitalista mundial perpetuou, por quanto tempo pode, o tráfico de escravos, mesmo após sua proibição internacional, em decorrência dos tratados internacionais, em desdobramento do Congresso de Viena, em 1815.
A Lei que proibiu o tráfico de escravos para o Império do Brasil foi editada em 1831. Daí cunhada a famosa expressão popular brasileira, “lei pra inglês ver”, em alusão à pressão do governo inglês, e sua poderosa marinha, pelo fim do comércio de africanos escravizados, e à inoperância da lei. Somente em 1850, sob forte pressão internacional, e intensa controvérsia política interna, a Coroa brasileira proibiu definitivamente o trafico de escravos. Parte fundamental da formação social brasileira foi constituída com base na escravidão, sua infra-estrutura econômica, sua sociedade civil e sua estrutura de Estado.
Mesmo após a abolição da escravidão, e da proclamação da República, o trabalho compulsório, inclusive de imigrantes europeus e asiáticos, por muitas décadas foi a base da produção nacional. Neste contexto o lugar social destinado à população negra esteve delimitado pelas referências oriundas no regime escravista. Assim, da formação do capitalismo brasileiro, até seus dias atuais o povo negro, apesar da persistência na luta, tem sido submetido a mecanismos de super exploração do seu trabalho, ao tolhimento das suas oportunidades, ao cerceamento dos seus direitos, ao racismo. O racismo tem cumprido papel fundamental na produção da riqueza nacional e na dominação social, submetendo milhões de brasileiras e brasileiros a condições de vida e trabalho inaceitáveis.
Durante todo período da escravidão povos africanos trazidos à América na condição de escravizados, em condições extremamente desfavoráveis, reconstruíram suas identidades étnicas e de afrodescendentes, em particular religiosas, de modos de vida, culturalmente híbridos, mas de matriz africana, inclusive a identidade classista escrava. Todas elas, cada uma ao seu modo, em contradição à escravidão. Também, desenvolveram inúmeras formas de resistência, informadas pelas referências identitárias em reconstrução, ou recém construídas, como as fugas, em muitos casos com o retorno à África, e a formação de quilombos, na impossibilidade delas, as várias formas de luta por aquilo que entendiam serem direitos básicos, inclusive com paralisações de trabalho e negociações com os senhores. É possível afirmar que a luta das classes trabalhadoras brasileiras tem sua origem nas lutas dos escravizados contra a escravidão, e por condições dignas de vida. Amalgamadas pelas experiências de luta contra a opressão acumuladas durante o período da escravidão e, no pós-abolição, em parcerias com outros grupos étnicos que migraram para o Brasil, contra a trabalho compulsório e por direitos trabalhistas e sociais constituíram-se, de forma imbricada, a identidade afrodescendente e a identidade afrobrasileira, assim como dos demais povos e comunidades tradicionais, subsumidas pela identidade popular brasileira, informam, no fundamental, a formação do bloco de classes, frações de classes e segmentos sociais que dá sustentação ao projeto nacional liderado pelo PT.
Quando o PT se reconhecer desta tradição, e dela atualizar seu programa político e estratégia de poder cumprirá uma condição, universal de representação, necessária para constituir-se como o principal partido dirigente da revolução democrática no Brasil: ser portador de toda herança de lutas de todas as classes sociais, e etnias dominadas, no processo de constituição, e na atualidade da formação social brasileira, no seu centro a luta do povo negro contra a escravidão e o racismo. Neste sentido se constituirá em um partido negro.


Afonso Florence é deputado federal pelo PT/BA e Ministro do Desenvolvimento Agrário

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Cotas para brancos na universidade‏

Por Nelma Cristina Silva Barbosa*

As cotas sempre são um assunto polêmico, mas quando o debate ocorre entre membros da academia o cenário é ainda mais curioso. A universidade é a instituição que toma para si a autoridade da produção de saberes válidos para toda a sociedade através da rigidez científica e de sua pseudo-neutralidade – neutralidade essa que sempre favorece o enunciado eurorreferenciado, branco, masculino, heterossexual, cristão e capitalista. Esse tipo de discussão expõe o racismo “nem um pingo cordial” do meio acadêmico, que insiste em orientar as nossas mentalidades e posicionamentos sociais.

Mas quem manda na universidade? Os grupos humanos detentores de poder na sociedade, uma tal de “elite”. Na Bahia, essa elite é formada por mestiços de pele clara, os brancos baianos. Afinal, cor e classe no Brasil caminham juntas. Essa tal elite, aliás, sempre se beneficiou das cotas, cotas para brancos. Portanto, sempre teve mais oportunidades de ascensão social.

O que dizer do vestibular, ferramenta que exclui aqueles que não foram treinados em colégios particulares? E quanto a mobilização anti-Enem que assistimos? Antes da unificação do vestibular, a seleção para ingresso de alunos era feita na própria faculdade. Sabe-se de algum filho de governador ou desembargador que tentasse ingressar no ensino superior por esse processo e que ficasse de fora naquele tempo? Será que não há mesmo nenhuma semelhança com o que acontece ainda em algumas seleções de mestrados e doutorados, feitas diretamente nos programas de pós-graduação? Será que não há também reserva de vagas (cotas) seguindo um mérito tão comum na academia: o da condição de amigos e parentes? Quem entra na universidade por esse tipo de cota sempre foi chamado de brilhante, inteligente e os outros, aqueles que furam o cerco, são apenas os “esforçados” e recentemente “cotistas”. Não fossem os “esforçadinhos” n ão teríamos exceções como Milton Santos, por exemplo.

As cotas para brancos tem sido responsáveis pela presença de seres marcantes e notáveis na vida universitária e da sociedade em geral. Vejamos: no início do século XX um governador atribuiu o atraso econômico baiano à quantidade de mestiços e negros. Noutro dia, já no século XXI, um professor universitário atribuiu as notas baixas de alunos de medicina à presença negra na universidade.

Parafraseando um certo escritor (acadêmico também), autor de artigo recente desta coluna, “qualquer idiota ocupa cargo – devido às “cotas” para brancos.

A Bahia, governada pelas cotas para brancos, reflete em suas vergonhosas estatísticas sociais e educacionais as conseqüências desta prática. Os números revelam que as desigualdades sociais se originaram das desigualdades raciais, provando que no Brasil nunca houve democracia racial. Mesmo lutando e sendo, dessa forma, sujeito das transformações sociais, os negros não conseguiram eliminar o preconceito e a discriminação existente na sociedade brasileira e em suas estruturas de poder, especialmente aquelas ligadas a Educação. Organizados, ativistas negros somam conquistas na luta para a igualdade racial no Brasil, tais como o aparato legal anti-racista que já temos (racismo só se tornou crime inafiançável e imprescritível a partir da Constituição de 1988) e ainda a reparação social por meio de políticas afirmativas como a reserva de vagas no ensino superior. O cumprimento destas conquistas, algumas até já garantidas por lei, não é tarefa fácil, pois os conservadores racistas continuam alerta e armados para sua perpetuação nos espaços de poder.

Poderíamos listar aqui os sobrenomes de famílias de tradição acadêmica, famílias cotistas, eu diria! Lá encontraremos resquícios da decadente oligarquia baiana reinando em suas cátedras. Basta fazer a conexão de nomes e relações de parentesco nas universidades e uma análise mais apurada dos processos de seleção dos concursos públicos para docente universitário, para bolsistas de iniciação científica ou para alunos de pós-graduação que perceberemos as cotas para brancos, que de tão alvas já se tornaram invisíveis e intocáveis.

*Nelma Barbosa
Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano)

CUT e movimentos sociais vão para as ruas em 6 de julho para pressionar por mais mudanças no Brasil


6 de Julho é Dia Nacional de Mobilização da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e dos movimentos sociais (MST, Central de Movimentos Populares, Marcha Mundial de Mulheres e Via Campesina). Milhares de trabalhadores vão realizar, em diversas cidades do Brasil, atos de rua, paralisações em empresas de todos os setores e no serviço público, passeatas, panfletagens e protestos.

Nós vamos realizar essas mobilizações porque queremos mostrar que a maioria da população quer mais mudanças no Brasil. As mobilizações do dia 6 de julho têm como objetivo pressionar os patrões e o governo federal, os governos estaduais, as prefeituras, os deputados e os senadores para que eles atendam as reivindicações e promovam as mudanças.

O QUE QUEREMOS:
- aumentos reais de salário neste segundo semestre
- menos impostos para quem vive apenas do salário ou da aposentadoria
- todos os direitos trabalhistas para quem é terceirizado
- fim do fator previdenciário
- melhores aumentos para todas as aposentadorias
- trabalho decente para todos
- que as empresas e os bancos sejam proibidos de dar dinheiro para candidatos a cargos políticos
- que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil sejam investidos em educação pública
- comida mais barata para o povo. Isso só será possível com reforma agrária e apoio aos pequenos produtores agrícolas
- redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário
- fim da violência na área rural e nas florestas
- fim do imposto sindical e liberdade para os trabalhadores decidirem como e quando financiar seu sindicato
- que os aeroportos não sejam privatizados

Combater o racismo e promover a igualdade: Essa luta nos UNE

Clédisson Júnior*
Liliane Oliveira**

Entre os dias 13 a 17 de julho de 2011, na cidade de Goiânia – GO, a União Nacional dos Estudantes (UNE) promoverá seu 52 º Congresso, que para além de eleger sua nova direção, também atualizará sua plataforma de ação para o biênio 2011-2013.

Para o 52 º CONUNE são esperados um número superior a dez mil jovens estudantes de todo o Brasil, o que já o torna o maior congresso já construído pela nossa entidade.

Fruto de um momento histórico na vida de brasileiras e brasileiros, o ensino superior em nosso país vive um novo e desafiador paradigma, nunca tantos jovens negros e negras estiveram presentes nos bancos universitários, presença esta que tem a importante atribuição de reconfigurar o papel que a universidade brasileira vem cumprindo no últimos séculos, sendo ela instrumento de formação de uma classe dirigente pertencente a uma elite que nunca dialogou com a realidade do povo brasileiro e sua necessaria emancipação.

Instrumentos como o programa “Universidade para Todos” (Prouni), as recentes vitorias conquistadas junto a mais de 80 instituições de ensino superior publico em diversos estados, que hoje adotam políticas de ações afirmativas para acesso da população negra assim como a conquista do Novo Enem, estão cumprindo a importante tarefa de levar ao conjunto de nossa sociedade, a discussão sobre existência do racismo em nosso país e a necessidade de desenvolvermos uma profunda dinâmica de reparação, visando igualar em níveis socioeconômicos e políticos a grande parcela negra da nossa população.

No último período a UNE pautada pela coerência, de forma acertada optou por estreitar suas relações com as organizações que constroem o movimento negro brasileiro, a fim de apreender com as experiências deste segmento que ao longo de nossa história, se tornou o principal porta voz das necessidades do povo negro em nosso país. Este processo nos permitiu acumular perspectivas acerca das lutas anti-discriminatórias e o desenvolvimento de uma plataforma de combate ao racismo que dialogasse com a realidade vivida pelo grande contingente de jovens negros e negras que hoje compõe o corpo discente nas universidades em todo o Brasil.

De forma a potencializarmos nossa atuação, seja ela na formulação sobre as políticas educacionais, seja em nossa incidência quanto ao combate às práticas racistas vivenciadas pelos estudantes negros e negras, assim como a defesa das políticas de ações afirmativas com centralidade nas cotas raciais, construímos uma inédita aliança com as principais organizações nacionais e coletivos regionais do movimento negro brasileiro.

Esta aliança nos permitiu desenvolver um novo olhar para a dura realidade enfrentada pela juventude negra em nosso país, realidade essa que vem cerceando nossa juventude do seu direito maiselementar, o direito a vida.

Deparamo-nos com o aterrorizante quadro de extermínio sistêmico da nossa juventude negra, quadro esse que em sua maioria dos casos são implementados pelo aparelho de segurança do Estado, o mesmo Estado que deveria garantir direitos promovendo a igualdade de oportunidades e a conquista da cidadania.

A defesa das políticas de ações afirmativas para acesso da população negra no ensino superior pouco surtirá efeito se os jovens negros continuarem sendo mortos nas periferias de nossas cidades e nos campos.

Para o próximo período a UNE estará entre as organizações que busca evidenciar a existência e a denuncia do genocídio dos jovens negros em nosso país, colocando a disposição desta luta seu maior patrimônio, o nosso grande potencial de mobilização.

Este processo perpassa por apresentarmos que o machismo, a homofobia e o racismo dialogam de modo a perpetuar e potencializar a exploração e opressão vivenciada pelas jovens negras e negros cotidianamente. A consolidação de uma plataforma de ações e políticas globais de enfrentamento às opressões, com atenção especial às jovens negras, é tarefa que o conjunto do movimento estudantil deve se debruçar e construir em cada canto do Brasil.

O extermínio da juventude negra se dá de diversas formas, atingindo de modo cruel e excludente as mulheres negras. Para combatê-lo faz-se necessário a luta contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres, a defesa da autonomia sobre seus corpos e sua sexualidade, além da defesa intransigente da descriminalização e legalização do aborto, sendo estes, elementos centrais para avançarmos na garantia de direitos às mulheres tendo muita centralidade as ações direcionadas às jovens mulheres negras, elemento constitutivo de nossa ampla estratégia para o próximo período

O aprofundamento democrático se constitui como sendo um dos nossos principais nortes estratégicos, nos posicionando entre as organizações do movimento social brasileiro que compreende a importância das discussões sobre a reforma política em nosso país. Não acreditamos em meia democracia ou uma democracia para poucos, o processo sobre a reforma política somente atenderá seu propósito, reparando a divida histórica que o Estado brasileiro tem com sua população negra, no que diz respeito aos seus direitos políticos, que foram deliberadamente negligenciados ao longo de nossa historia e que ainda hoje enfrentamos suas conseqüências.

Para que a universidade brasileira cumpra sua missão de ser o centro de excelência na produção do conhecimento emancipador e na formação de quadros dirigentes comprometidos com o desenvolvimento de nossa sociedade aceitamos o desafio de promovermos uma profunda campanha visando a descolonização do conhecimento e o combate ao epstemicídio, que sistematicamente nega a contribuição dos povos africanos e seus descendentes na produção do saber e na construção de nosso identidade.

Uma universidade comprometida com o desenvolvimento de nosso povo traz para seu interior a realidade deste povo assim como ele próprio.

Nossa plataforma vem sendo construída coletivamente e se encontra em pleno desenvolvimento, a UNE chama para si a co-responsabilidade de construí-la junto aos estudantes de todo o Brasil, negros e não negros.

Convidamos todos e todas para o nosso 52 º congresso, certos de que faremos deste espaço um grande encontro da juventude negra, certos que faremos deste congresso uma verdadeira Kizomba.

*Clédisson Júnior é diretor de Combate ao Racismo da UNE
**Liliane Oliveira é secretaria geral da União dos Estudantes da Bahia – UEB