sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Entrevista: Joanna Paroli (Parte 2)‏

Após as vitórias conquistadas no IV Congresso do PT, a juventude do partido se prepara para seu II Congresso. É preciso neste momento fazer um balanço da primeira gestão da JPT, sem o status de mero setorial, e apontar para os desafios da próxima gestão.

Acompanhe a seguir a segunda e última parte da entrevista de Joanna Paroli, sobre o II Congresso da JPT.

Blog Avante!: No último congresso do PT a juventude conquistou algumas importantes vitórias, como a garantia da presença de pelo menos 20% de jovens nas direções do partido e a formalização, no Estatuto, da JPT como instância partidária e não mais um setorial. Qual o impacto que essas medidas terão no dia-a-dia da juventude petista?

Joanna Paroli: Em primeiro lugar, é muito importante o reconhecimento da dimensão estratégica que é a juventude, para o PT e o sucesso do nosso projeto no Brasil. Internamente, precisamos cada vez mais de um Partido democrático e militante, e de uma juventude mais fortalecida para disputar seus rumos. O IV Congresso acenou muito fortemente para a renovação como necessidade na nossa organização partidária. Não só os 20% de jovens, mas também a paridade entre homens e mulheres nos espaços de direção caminha nesse sentido. E a formalização, no Estatuto, do entendimento da JPT como instância e a importância de valorizá-la política e materialmente, abre muitas possibilidades para os próximos anos.

A!: Apesar da mudança oficial no Estatuto ter acontecido só este ano, na prática a última gestão da JPT já funcionou sem o status de mero setorial. Que balanço você faz desta primeira gestão? O que fazer para melhorar?

JP: Apontamos algumas avaliações na nossa Tese. De forma geral, é difícil fazer um balanço pleno antes dos Congressos Estaduais, que devem acontecer em outubro, na maioria dos estados. Mas a compreensão geral no período que antecedeu o 1° Congresso era o de que o modelo setorial era incapaz de dar resposta às demandas e desafios da juventude e do Partido. Precisamos instituir direções municipais que capilarizem as discussões encaminhadas na instância nacional e estadual e dê vida ativa à nossa juventude. Nessa gestão, tivemos bons momentos de mobilização, como a Caravana Nacional nas eleições de 2008 e o Encontro Nacional em 2010. Entretanto, no conjunto das atividades, acumulamos pouco para a construção política da JPT. Para além do modelo organizativo, é preciso pensar uma diretriz política que organize a próxima gestão e faça o diálogo com os estados e municípios.

A!: No I Congresso, a juventude trabalhadora foi considerada como prioridade para a organização da JPT. Qual balanço que você faz da atuação da JPT nesta frente e qual é o caminho para a realização de um debate efetivo com esses jovens?

JP: A temática da juventude ocupa cada vez mais espaço nas discussões acadêmicas e institucionais. Isso é resultado de muito convencimento orquestrado pelas entidades juvenis e, em especial, pelo PT. O debate da juventude trabalhadora também teve um alcance gradativo. Na CUT, por exemplo, foi só a partir de 2007 que se definiu uma pauta concreta de reivindicação. Para esse segmento, em específico, acredito que o maior dilema seja o de conciliar o tempo de trabalho e estudo. É preciso mais políticas públicas que valorizem o direito ao tempo livre e acesso ao lazer e bens culturais para as juventudes. Em paralelo, é necessário fortalecer a agenda do trabalho decente, combatendo mecanismos de precarização e flexibilização das relações de trabalho que afetam duramente a vida dos jovens. Deve ser assegurado o direito ao acesso e permanência na sala de aula, no Ensino Médio e Superior, evitando a entrada precoce do/da jovem no mundo do trabalho. Essa foi uma pauta importante no I Congresso da JPT e que se mantêm neste II Congresso.

A!: Quais serão os principais debates deste II Congresso da JPT?

JP: O II Congresso da JPT acontecerá num ano de muitas agendas das lutas juvenis. Os Congressos da UNE e UBES, II Festival das Juventudes de Fortaleza e a II Conferência Nacional de Juventude foram e serão terrenos fundamentais para a disputa, consolidação e avanço das PPJ’s. O nosso Congresso precisa, além de acumular em temas mais gerais, como a Reforma Política e a questão agrária, pensar numa intervenção pra dentro. É importante formular uma política que conduza a organização de base da JPT, pautada no fortalecimento do processo de formação dos filiados e militantes juvenis e da importância da discussão feminista no interior da nossa juventude. Somado a isso, penso que a juventude deve ser o setor de vanguarda no PT, articulando pautas que dialogam com a dimensão das liberdades individuais, com o respeito à diversidade como estruturante das relações sociais, como a luta pela legalização do aborto e autonomia das mulheres. Para isso, é preciso sair do II Congresso com uma campanha pública, que em nossa opinião deve ter o mote dos “Direitos da Juventude”, que cumpra o papel de mobilizar a juventude petista militante e disputar os valores do conjunto da juventude brasileira.

AVANTE! Combater o racismo, conquistar direitos e promover a autodeterminação da juventude negra.

Clédisson Júnior


Construir o partido para combater o racismo

Resultado legitimo das lutas de classes no Brasil, o Partido dos Trabalhadores apresenta-se como o instrumento de representação da classe trabalhadora em nosso país. Tanto no campo quanto na cidade, este elemento é fundamental no processo de superação do capital e das transformações social que tanto desejamos.

Consideramos que a juventude é hoje o principal capital político do partido, nossos(as) jovens militantes constroem lutas em diversas frentes de atuação, onde cada vez mais assumimos papel protagonista na construção partidária e nos direções do movimento social brasileiro.

Cabe a juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) a responsabilidade de promover ao centro de sua plataforma programática a defesa intransigente do caráter emancipatorio da luta antiracista, compreendendo a relação histórica que concatena a opressão de classe e a opressão etnico-racial em nosso país.

Compreender o racismo como instrumento que legitima a desigualdade sistêmica de oportunidades e como um processo histórico, desestruturante da condição humana, em função do caráter exploratório de um grupo étnico socialmente hegemônico sobre outro, nos é apresentado como caminho de superação das desigualdades, a luta política.
O combate ao racismo e a luta pela promoção da igualdade racial deve vir acompanhada de uma perspectiva mais ampla da compreensão da luta social e os esforços a serem empregados em uma disputa por uma sociedade justa e solidaria.

A busca pela superação do paradigma do racismo e pela conquista da cidadania efetiva da juventude negra brasileira passa pela dinâmica de organização e ampliação das articulações que objetivam na luta contra racismo e na superação do sistema capitalista a conquista de uma vida digna para jovens negros e negras, apresentando a juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) e os movimentos de juventude negra como os principais atores deste processo.

Enegrecendo as lutas juvenis

No Brasil após a primeira experiência de um governo progressista e com grande base popular observou-se uma melhoria nas condições de vida da juventude brasileira no que diz respeito à ampliação dos direitos, como o acesso a educação, aumento dos postos de trabalho, melhoria nos serviços de saúde, entre outros indicadores, contudo os avanços conquistados não foram suficientes para barrar o crescimento da escala de violência e abandono vivenciada pela juventude negra de nosso país.

No que diz respeito ao acesso aos direitos básicos e imprescindíveis para a dignidade humana, recaem sobre a juventude negra os piores índices sobre avaliações ligadas às condições de precariedade que envolve o mundo do trabalho, acesso a educação superior, serviços de saúde e direito a justiça, tornando estes índices mais acentuados quando se faz o recorte de gênero.

O combate a pobreza extrema, reorientação do tratamento dada à juventude negra por parte do aparelho de segurança do Estado, discriminalização do aborto, direito a cidade, acesso ao ensino superior e políticas que garantam o fim do trabalho escravo e precário, são frutos de políticas publicas que dialogam com a realidade vivenciada pela juventude negra brasileira e que somente serão implementadas se forem compreendidas como elementos estruturais na constituição de uma agenda estratégica em um novo projeto nacional de desenvolvimento que objetive a superação das opressões e o advento de uma sociedade de solidariedade, feminista e multienica.

Por uma JPT com a cara da juventude brasileira.

Para que a juventude do PT possa incorporar com qualidade as demandas da juventude negra brasileira, se faz necessária a ampliação da representação de nossos jovens negros e negras na dinâmica dirigente da JPT assim como do partido como um todo.

A grande conquista que foi a aprovação da paridade étnica racial na direção da JPT no I ConJPT nos instrumentalizou para enviarmos um importante recado a conjunto do partido, de que a nossa “práxis” é resultado do nosso compromisso com a construção e organização partidária e referenciada na luta pela emancipação das classes populares e oprimidas.

A construção do partido revolucionário capaz de conduzir o novo bloco histórico, dirigindo as tarefas da revolução democrática, sendo assim promotor das transformações sócio-políticas e econômicas rumo a uma nova sociedade, deve cada vez mais promover em seu interior a participação de jovens homens e mulheres negras em seus espaços de direções.

Clédisson Júnior é militante do Coletivo Nacional de Juventude Enegrecer* e assina a tese Avante! ao II ConJPT.


*O coletivo nacional de juventude enegrecer é um espaço de organização e formação política de jovens negros e negras que se referenciam no Partido dos Trabalhadores e que compreendem na luta política um instrumento estratégico no processo de superação do racismo em nossa sociedade.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Entrevista exclusiva de Joana Parolli



Matéria retirada do Blog Avante



Ser liderança nacional de movimento estudantil, em um país continental como o nosso, é estar constantemente com o pé na estrada. Entre idas e vindas aos aeroportos e longas viagens em ônibus nem sempre confiáveis, dormir no conforto da própria casa acaba virando algo raro.

Ainda assim, tem gente que gosta.

Pouco mais de um mês após o fim de seu mandato na direção da UNE, Joanna Paroli demonstra não ter nenhuma intenção de largar essa correria. Candidata do movimento Avante à Secretaria Nacional da JPT, ela se prepara novamente para deixar Salvador e rodar o Brasil de norte a sul para apresentar e debater a tese da sua chapa com a juventude petista.


Blog Avante!: Apesar da pouca idade, você já tem um histórico de pelo menos 8 anos de militância política. O que mudou da Joanna diretora de grêmio estudantil para a Joanna candidata à direção da juventude do maior partido de esquerda do país?

Joanna Paroli: Os valores, aqueles que se amparam na busca por uma nova dinâmica social, em que haja mais solidariedade e equidade, se mantiveram muito sólidos. Agora, ao longo dessa jornada foram agregadas outras vivências e responsabilidades crescentes. Sem dúvida, a opção de me organizar num partido de orientação socialista e assumir essa tarefa partidária como prioridade foram definidores. No mais, houve um processo natural, com algumas dificuldades, mas sobretudo, de construção coletiva. Portanto, essa candidatura é fruto de uma ampla mobilização, que agrega jovens petistas dos mais diversos setores e estados, com um programa afinado que entende a juventude como sujeito ativo da Revolução Democrática. Temos a convicção de que a juventude brasileira tem o potencial para ser a força motriz do aprofundamento das transformações experimentadas em nosso país. Sendo assim, convocamos o conjunto da militância jovem do PT a conhecer o Movimento Avante e participar das discussões que surgirão pós II Congresso da JPT.

A!: Como sua experiência na direção da UNE pode ajudar em uma eventual gestão como Secretária Nacional da JPT?

JP: Considero a UNE uma grande porta-voz da juventude brasileira. Inclusive, a JPT bebeu muito das experiências cumuladas nos 74 anos de história da entidade e, em contrapartida, influenciou muito nos rumos dela. As lutas organizadas pela UNE são reflexo das demandas juvenis, que se mantêm atuais. A bandeira do acesso à educação pública de qualidade e das ações afirmativas, por exemplo, têm influência direta na garantia de oportunidades e direitos à juventude. Além disso, o constante diálogo e pactuação política com o conjunto dos movimentos sociais e outras organizações de esquerda colocam muitos desafios aos/às dirigentes da UNE. Os dois anos em que militei na entidade foram de muita luta, mobilizações, diálogo e formulação política. E, óbvio, sabemos que a maior parcela desse segmento está fora das salas de aula e é tarefa do ME, em conjunto com outras entidades juvenis, pensar estratégias e cobrar, com firmeza, os governos.

A!: Os veículos da grande mídia frequentemente “convocam” o movimento estudantil a protestar contra os governos do PT. A tese deles é que o governo Lula teria cooptado o movimento estudantil e, por isso, a pressão do movimento teria diminuído em relação ao período de Collor e FHC, por exemplo. Como você vê essas críticas? Qual a diferença de fazer movimento estudantil nos anos 90 e nos anos 2000?

JP: A grande mídia no nosso país tem lado e posição. Está a serviço das elites e do poder econômico, e se movimenta como tal. Nos dias de hoje, atacam a UNE, CUT e o MST, símbolos da esquerda brasileira, também como meio de conter o processo de consolidação da consciência popular anti-neoliberal. A juventude está mais otimista e o partido de maior referência da população é o PT. O movimento estudantil é agente político importante e deve assumir as tarefas do seu tempo. Além disso, as gerações constroem sua identidade apropriando-se das lutas latentes do período, conduzindo eventos marcantes e constituindo uma memória coletiva. A geração de 90 construiu o “Fora Collor” e protagonizou a resistência ao governo longo e desastroso de FHC. Naquela época estava sendo implementada a política da exclusão, de muitas privatizações e investimento zero na universidade pública. Nos anos 2000, rompemos com o avanço neoliberal e foi aberto um momento de grandes possibilidades para a classe trabalhadora. Passou a ser um governo em disputa e com suas contradições. Nossa geração tensiona essa condição, quando discute a reforma universitária, a defesa das cotas, o Pré-sal e o PNE. Há algumas semanas, a UNE e a UBES realizaram uma grande marcha em Brasília pelos 10% do PIB para a educação, que reuniu dezenas de milhares de jovens. Hoje, é investido menos de 4%, é urgente ampliar o financiamento público na educação!

A!: Quais são as principais políticas públicas que estarão na pauta de reivindicações da JPT frente ao Governo Federal no próximo período?

JP: A JPT, tanto na sua tarefa partidária como quando na militância cotidiana no movimento social e na esfera institucional, não deve titubear na defesa radical do programa socialista. Isso significa unificar as agendas e construir mobilização popular. O Governo Dilma precisa aprofundar as mudanças promovidas nos últimos 8 anos. Por exemplo, a inclusão social deve ser combinada com mais distribuição de renda e construção de autonomia. No bojo das PPJ’s (Políticas Públicas de Juventude), é necessário desenvolver uma Política de Estado, com marcos legais e planejamento, além de implementar os Programas já existentes, como o PROJOVEM e o PROUNI. É preciso ter mais vitórias referentes às políticas educacionais e um bom momento para isso será a votação do Plano Nacional de Educação – PNE, ainda este ano, na Câmara. E, com muita centralidade, precisamos fortalecer a CUT e influenciar na agenda pelo trabalho decente.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fala Tu!!! Cledisson "Jacaré" Júnior

"Tanto na África do Sul quanto nos EUA quando um (uma) indivíduo não suporta a presença de homens e mulheres negras no mesmo mundo em que se vive, o indivíduo deixa isso 'claro' aos negros ou manda o Estado dizê-lo.
Aqui no Brasil o indivíduo incomodado simplesmente diz que não existe diferenças entre brancos e negros e que ainda possui algum antepassado que foi escravo mesmo tendo a pele bem clarinha."


Cledisson "Jacaré" Junior é militante do Coletivo Nacional Enegrecer e ex-diretor de combate ao Racismo da UNE.

sábado, 17 de setembro de 2011

NOTA DE POSIÇÃO POLITICA DO DIRETORIO MUNICIPAL DO PT DE ANGRA DOS REIS SOBRE A POSIÇÃO DO DIRETORIO REGIONAL EM RELAÇÃO ÀS OS`s.

Reunidos os membros do Diretório Municipal de Angra dos Reis em sua reunião Ordinária, realizada no dia 14 de Setembro em sua sede, vem explicitar à Direção Estadual do Partido dos Trabalhadores do Estado do Rio de Janeiro nossa posição Politica CONTRÁRIA aos encaminhamentos dado em relação a votação da Os’s, em sua última reunião, mediante as informações que temos até o momento, incluindo a de que o PT nacional entrou com ADIN em 1998 e em nenhum momento se retirou da ação.

Levados pelo entendimento de que a Saúde é dever do Estado, e que tem como dever constitucional a de gerir qualidade e salvar vidas, com politicas que antecedam suas mazelas de forma preventiva com profissionais qualificados profissionalmente, com remuneração justa que propicie uma vida digna a ele e a sua família, com equipamentos de ponta, que possibilite detectar e curar de forma rápida e eficaz, e principalmente por orientação ideológica que sempre defendemos e que nos leva a nos posicionarmos contrário a este encaminhamento da Direção Estadual.

Não obstante a isso, se militância pudesse conhecer melhor, no sentido de entender como funcionaria essa proposição na prática, para tanto propomos um debate sobre esse tema, e que fosse realizado em nosso Munícipio.

Por último queremos manifestar o nosso apoio público aos Deputados Estaduais Inês Pandeló e Gilberto Palmares, que não obstante a toda a pressão que receberam, explicitaram com o seu voto a vontade de muitos e muitos militantes do Partido votando contra a entrega do dinheiro público de forma fácil e irresponsável.


Diretorio Municipal do Partido dos Trabalhadores de Angra dos Reis.

Fala tu!!! Che Guevara


"Lutam melhor os que têm belos sonhos!"

Avante avalia o 4º Congresso do PT para os jovens petistas

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

É socialista, é radical! Joanna Secretária Nacional!





O movimento Avante! apresenta ao conjunto da militância da Juventude do PT, a candidatura da companheira Joanna Paroli à Secretária Nacional da JPT.

Militante do PT da Bahia, Joanna iniciou sua militância em 2003 no movimento secundarista, quando foi diretora do Grêmio Estudantil Carlos Marighela, em Salvador. Neste período, participou ativamente da Revolta do Buzu, importante marco do movimento estudantil baiano.

A partir de 2005, já na faculdade de enfermagem da Universidade Católica de Salvador, passa a exercer uma militância cotidiana no movimento universitário. Em 2007, é eleita coordenadora geral do DCE UCSAL. Neste mesmo ano, filia-se ao Partido dos Trabalhadores.

Na gestão 2007-2009 da União dos Estudantes da Bahia – UEB ocupa a Diretoria de Mulheres e auxilia na fundação de coletivos feministas nas universidades. Em 2009, torna-se Diretora Executiva de Universidades Privadas da União Nacional dos Estudantes – UNE, quando participa de momentos especiais para a história da entidade, destacando-se a articulação da 1ª Conferência Nacional de Educação e o início da reconstrução da sede da UNE, incendiada durante a Ditadura Militar, na Praia do Flamengo.

Feminista, militante da Marcha Mundial das Mulheres, Joanna está na luta contra as opressões e é comprometida com a construção de uma Juventude do PT socialista, militante, democrática, de massas.

É socialista, é radical! Joanna Secretária Nacional!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Nota de repúdio à Revista Playboy

*Liliane Oliveira
A edição da Revista Playboy (nº 435, de agosto de 2011), além das páginas recheadas de propagandas de carros, roupas, aparelhos eletrônicos e dos óbvios ensaios fotográficos de mulheres nuas que as coloca no mesmo patamar dessas outras mercadorias, aventurou-se na cobertura do 52º Congresso da UNE. A matéria da seção de entretenimento, produzida pelo repórter Bruno Lazaretti, não traduz o que o conjunto das e dos estudantes reunidos no CONUNE produziu e mobilizou politicamente e ainda, de modo sarcástico e ofensivo, afirma que “de modo geral, quanto mais atraente a militante, menos politizada ela é.”. O repórter ridiculariza as estudantes entrevistadas na matéria e sua intenção fica nítida quando insiste em procurar somente as mulheres presentes no Congresso. O padrão de beleza imposto pela mídia se relaciona com os valores da ideologia dominante que são misóginos e sexistas. Além disso, é recorrente a ideia de que o espaço público produtivo, principalmente o da política, não é espaço das mulheres.

A UNE, entidade que comemora seus 75 anos de fundação, inicia a atual gestão realizando, em menos de um mês de sua posse, uma Jornada de Lutas muito vitoriosa que mobilizou milhares de estudantes em todo o Brasil defendendo os 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação e que culminou numa grande marcha pelas ruas de Brasília reunindo mais de 20 mil estudantes. Estas atividades e o conjunto das resoluções aprovadas no 52º Conune não chegaram ao repórter da Playboy.

A nossa luta contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres se dá em diversos espaços. A UNE combate veementemente o machismo e repudia o conteúdo da matéria.

A nossa luta é todo dia!

Somos mulheres e não mercadoria!

Brasília, 01 de setembro de 2011.

*Liliane Oliveira (1ª na foto) é Diretora de Mulheres da UNE, militante do Coletivo Nacional Enegrecer e do campo Kizomba

Nunca um Congresso do PT foi tão positivo para a Juventude

*Leopoldo Vieira


“Todos consideraram este um congresso rebelde, da militância, nada mais a cara da juventude petista”. Assim, o Secretário Nacional de Juventude do PT, Valdemir Pascoal, definiu o IV Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, durante este fim de semana, em Brasília, que teve a participação do ex-presidente Lula, da presidenta Dilma, além de lideranças políticas históricas, entre os 1.350 delegados presentes.
Um partido da militância, verdadeiramente democrático, com propostas e resoluções de autoria coletiva e atento aos desafios de renovar seu projeto político e sua importância nos movimentos sociais e na institucionalidade foram as marcas deste IV Congresso.
Não à toa, teve como seu grande pano de fundo a juventude e as questões geracionais, respondendo à altura ao fato de que apenas 10% dos congressistas tinham até 30 anos de idade, enquanto os principais dirigentes partidários, inclusive os que estão no Governo Federal, já possuem mais de 60 anos.

Jovens vão assumir parte do comando partidário

Os jovens petistas promoveram uma forte mobilização, organizando plenárias e muitas articulações para aprovar a emenda, de autoria de Francisco Rocha, membro da Comissão de Ética, que reservava 20% das vagas nas direções municipais, estaduais e nacional para filiados com até 29 anos, que possibilitará uma intensa renovação entre os dirigentes partidários de todos os níveis, abrindo espaço para que as novas gerações de lideranças possam assumir responsabilidades reais no comando do PT. Para o Secretário Nacional de Juventude do PT, “os jovens já mostraram capacidade de pensar o desenvolvimento do Brasil, dos estados, das cidades e o partido reconheceu isso. Agora a juventude será protagonista do presente do partido”. “A militância quis que a juventude assumisse logo agora parte das rédeas do PT, para se preparar para conduzir a continuidade das transformações começadas pelo presidente Lula”, disse.

JPT conquistou sua autonomia estatutária, com previsão de financiamento

Outro importante avanço foi a consolidação da Secretaria Nacional de Juventude como instância partidária e não como um setorial, com autonomia organizativa, política e funcionamento definido por regimento próprio, aprovados em seus congressos, consolidando a JPT como uma organização qualificada para o diálogo social com os 52 milhões de jovens brasileiros e como celeiro de trajetórias consistentes para o exercício da vida pública, do comando partidário e do ativismo social. Uma emenda com o mesmo conteúdo já havia sido aprovado no III Congresso do PT, mas essa decisão do IV Congresso estatutário foi fundamental para desenvolver essa perspectiva e impedir retrocessos. “Estamos construindo um novo patamar organizativo para a JPT, capaz de ser o espaço onde efetivamente será gestada uma nova geração para transformar o Brasil em todos os sentidos”, disse Valdemir Pascoal. Para o Secretário Nacional de Juventude,
Outra emenda aprovada estabelece a garantia de financiamento das atividades da Juventude do PT com verbas do Fundo Partidário mediante a apresentação de um Plano de Trabalho perante o Diretório Nacional. Uma medida que aponta para organização juvenil capaz de exercer essa autonomia política referendada e criar condições de ser uma referência de massas na sociedade.

Bandeira da JPT para reforma política é agora resolução partidária

Numa das votações mais polêmicas, sobre estabelecer ou não limites para a reeleição em candidaturas parlamentares do PT, o plenário aprovou uma bandeira defendida pela JPT para a Reforma Política, isto é, que não seja permitida a reeleição indefinida, possibilitando o surgimento de uma nova política pelas mãos de uma nova geração. “Foi muito entusiasmante ver o conjunto do PT, que empunha como prioridade a reforma política para revolucionar a democracia do Brasil, abraçar uma proposta da JPT”, comemorou Pascoal. “A juventude está sendo tão bem vista pelo partido, com tanta importância e destaque, que no principal tema partidário eles levaram em conta o que os jovens propuseram”, disse.
A proposta aprovada em plenário foi uma resolução do Conselho Político da JPT realizado em julho e está no material próprio da Juventude do PT da campanha pela reforma política aprovada pela Executiva Nacional do partido.

Revolução estatutária das mulheres e avanço dos negros tem a marca da juventude

Valdemir também parabenizou as mulheres do PT e os ativistas anti-racistas, que com diálogo e mobilização conquistaram a paridade de gênero nas instâncias partidárias e reserva de 20% de vagas nas direções para negros. Para ele, as mulheres esperaram 20 anos para isso acontecer e nesse período houve muita renovação das lideranças feministas, sendo, portanto, fundamental o engajamento das jovens mulheres nisso. “A revolução lilás assistida no IV Congresso também teve a marca inoxidável da juventude”, declarou Pascoal.
Quanto à conquista do movimento negro, Valdemir disse que eles “mostraram a força do que era o maior setorial partidário, com fundamental participação da Juventude Negra 13 (JN13) em sua organização, bandeiras e propostas”.


Leopoldo Vieira é militante da JPT no Pará e editor do blog Juventude em Pauta.

Caminhando firme e avante!


*Cristian T. Ribas



Temos um inicio de semestre consagrado pelo maior Congresso Nacional da UNE - a maior mobilização estudantil, num processo de tiragem de delegados e principalmente maior número de estudantes advindos das classes trabalhadoras, estudantes pobres, de escolas públicas que hoje tornam a universidade cada dia menos burguesa e mais negra. Conquistas diárias avançam na construção de uma Universidade Democrática e Popular, que repare as diferenças sociais, que exponha os estudantes a importância do combate o racismo e promova pela educação uma democracia racial, que combata a homofobia, o machismo e toda e qualquer forma de preconceito.

O semestre iniciou também com a deflagração da greve dos servidores técnicos administrativos e professores. Já são mais de 48 IFES onde as categorias estão mobilizadas contra o congelamento dos salários, em defesa da valorização profissional, plano de carreiras, melhores condições de trabalho, fim das terceirizações e o investimento de 10% do PIB na Educação. Reivindicações legítimas de categorias que prestam um papel central no processo de melhoria da educação pública de qualidade, que por mais transtornos que acarretem a greve, é essa historicamente a ferramenta mais eficiente de reivindicação da classe trabalhadora. A configuração de um cenário oportuno para avaliação das vitórias e dos desafios que aos movimentos de educação apresentam.

Há 74 anos, a UNE vem atuando na luta pelos direitos políticos e sociais do povo brasileiro. Junto a esse processo de construção de uma sociedade democrática, justa e igualitária, o Movimento Negro tem registrado seu importante papel no processo de eliminação das desigualdades sociais, historicamente originarias das desigualdades raciais.

A Kizomba tem travado e avançado progressivamente na luta contra uma ordem opressora enraizada no processo histórico do nosso país. Compreendemos que a construção do Socialismo Democrático está ligada a efetivação de direitos e oportunidades e ao combate a todas as formas de exploração, exclusão e discriminação. Não se constrói uma sociedade justa sem combater o racismo, a homofobia, o machismo e a exploração da classe trabalhadora.

O Coletivo Enegrecer, marco da auto-organização da militância de jovens negros e negras da Kizomba pela promoção de igualdade racial e combate ao racismo, vem intervindo intensamente no Movimento Estudantil e ampliando conquistas. Nossas duas gestões consecutivas na condução da Diretoria de Combate ao Racismo da UNE consolidaram o debate das ações afirmativas com
critério étnico-racial junto ao centro do projeto político de disputa de uma Universidade Democrática e Popular.

Atitudes que consideram certos grupos raciais inferiores afim de justificarem a dominação e a satisfação de interesses individuais ou de um grupo, configuram a construção histórica do Estado brasileiro. A ideologia racista, inicialmente institucionalizada por um regime econômico baseado na exploração da mão-de-obra escrava negra, que após a abolição da escravidão incentivou a vinda de imigrantes europeus num ideal racista de branqueamento, afastou o negro do mercado de trabalho e o excluiu do projeto nacional. A própria formação do proletariado brasileiro e as matrizes de desenvolvimento se construíram de forma desigual baseada em critérios de
origem étnico-raciais dos indivíduos.

Por muitos anos acreditou-se que políticas de universalização do atendimento das políticas sociais seriam suficientes para resolver os problemas de desigualdades raciais e que o Brasil, por ser um país de origem multi-étnica, não precisaria de políticas de combate ao racismo pela grande número de negros/as na composição da população brasileira, e em função disso tínhamos democracia racial. No entanto, a ampliação do acesso às políticas sociais tais como educação, saúde e moradia, se mostraram insuficientes para a redução das diferenças entre negros e brancos. A população negra ainda apresenta um número maior em analfabetismo e freqüência proporcional no Ensino Médio. A idéia de inferioridade do negro, herdada da escravidão negra, ainda está impregna na sociedade, nas praticas racistas institucionalizadas pelos aparelhos de segurança do estado, pela mídia, por manifestações de agressão física, verbal ou social, explicitas ou não.

Apenas a composição e a presença da população negra na sociedade, não garante uma democracia racial se a mesma não tiver uma participação equânime nas atividades sociais como um todo. No que tange acesso ao ensino superior, algumas universidade, como a Universidade Federal do Tocantins, se colocam como racialmente democráticas por terem 70% dos seus estudantes que se declaram negros, mas quando analisamos a composição étnica nos cursos de maior concorrência como Medicina, Direito e Engenharias, a presença de estudantes negros/as é inferior a 10%.

Debater e lutar pela necessidade da sociedade e da universidade serem compostas e dirigidas de forma equivalente por todos os seguimentos sociais e raciais é desenvolver no/pelo segmento social e educacional a igualdade racial.

*Cristian T. Ribas é Diretor de Combate ao Racismo da UNE e militante do Coletivo Nacional Enegrecer

Plenária do PT!!! 10/09



Um congresso a favor da democracia e do socialismo

*Carlos Henrique Árabe


Depois de refletir algumas horas sobre qual a melhor caracterização do nosso maravilhoso 4º Congresso/Reforma estatutária, penso que esse título é o que dá mais sentido ao que fizemos no último fim de semana.

Por que pela democracia?

Porque TODAS as mudanças estatutárias apontam para maior participação de base, para a democracia participativa no PT. Destaco, por óbvio, os avanços e o sentido dessas novas definições para as relações do partido com a sociedade, em especial a manifestação pela sua autonomia organizativa e econômica. Mais do que isso: avançamos para uma democracia com mais igualdade de condições em todos os aspectos, com as inovadoras e radicais medidas de paridade de gênero, critério étnico-racial e para tornar o partido mais jovem aos seus quase 33 anos. Essa é a leitura das novas e fundamentais definições sobre a relação do partido com suas filiadas/os (agora a primeira letra do alfabeto vem, como é de direito, antes!).

Devemos ressaltar algo há muito tempo ansiado: a autoria coletiva. Mais do que uma vitória da comissão do estatuto ou de uma tendência ou setor do partido, a vitória está assinada pelas delegadas e delegados militantes do Partido dos Trabalhadores!

Porque pelo socialismo?

Se todos os avanços democráticos marcados pela participação direta e pela igualdade são triunfos do socialismo, mais ainda se eles podem ser associados a um avanço programático socialista. E isso foi o que também aconteceu com a resolução política aprovada. Síntese de várias contribuições, ela também foi reconhecida como autoria coletiva. Aos que viram contradição entre as votações do estatuto e as da resolução política, diria que entre esses dois momentos há mais identidade que diferença. A resolução retoma claramente uma perspectiva estratégica socialista resgatando o melhor da nossa tradição: síntese, afirmação do papel da classe trabalhadora, tratar as conquistas do presente em perspectiva transformadora e apresentar novos desafios.

Por isso, não tenho qualquer receio de afirmar que o 4º Congresso avançou no sentido da democracia socialista. Não refiro ao nome da minha tendência, refiro a um conceito fundamental que organiza nossa utopia. Por certo a tendência que busco representar e a mensagem da qual participamos devem estar, com justa razão, felizes. Mas estarão muito mais reconhecendo que o que existiu de mais a esquerda nesse congresso foram as delegadas e delegados militantes do Partido dos Trabalhadores, a quem devemos essas conquistas fundamentais!


*Carlos Henrique Árabe é Secretário Nacional de Formação Política do PT.